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Uruguai deve receber presos de Guantánamo a pedido de Obama

O presidente do Uruguai, José Mujica, disse que acatou o pedido por questões de direitos humanos


	José Mujica: tanto presidente uruguaio quanto embaixadora dos Estados Unidos em Montevidéu disseram que acordo para envio dos prisioneiros está em negociação
 (Miguel Rojo/AFP)

José Mujica: tanto presidente uruguaio quanto embaixadora dos Estados Unidos em Montevidéu disseram que acordo para envio dos prisioneiros está em negociação (Miguel Rojo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 09h12.

Buenos Aires - O presidente do Uruguai, José Mujica, disse hoje (20) que o país deverá receber cinco suspeitos de terrorismo, presos em Guantánamo, na base militar norte-americana em Cuba.

Em declarações à imprensa, Mujica disse que o pedido foi feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Mujica disse que acatou o pedido por questões de direitos humanos.

Tanto o presidente uruguaio quanto a embaixadora dos Estados Unidos em Montevidéu, Julissa Reynoso, disseram que o acordo para o envio dos prisioneiros está em negociação.

De acordo com Mujica, os prisioneiros serão recebidos na condição de refugiados. “Existem 120 pessoas que estão presas há 13 anos. Nunca viram um juiz, nem um promotor, nunca viram nada", disse Mujica.

"O presidente dos Estados Unidos quer se livrar desse problema. Então, pediu a vários países que ofereçam refúgio a alguns [dos prisioneiros] e eu respondi que sim”, acrescentou. Na gestão Obama, 43 prisioneiros de Guantánamo foram transferidos para 17 países.

Mujica lembrou que esteve “muitos anos preso”, durante a ditadura militar uruguaia, e que está disposto a acolher os prisioneiros de Guantánamo e suas famílias.

“Se querem fazer seu ninho e trabalhar aqui, que fiquem nesse país”, disse o presidente. Quando questionado se exigiu algo em troca do governo norte-americano, Mujica respondeu: “Eu não faço favores de graça”. E acrescentou que, neste caso, “faria porque sim”.

Desde que assumiu a presidência norte-americana, Barack Obama prometeu fechar a prisão militar, onde os prisioneiros não têm privilégios previstos na Convenção de Genebra.

Depois de denúncias de tortura e abusos, as Nações Unidas pediram, em 2006, o fechamento do centro de detenção. Mas o Congresso norte-americano não aprovou até hoje o fim da prisão.

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