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Urnas são abertas na Nigéria para escolher presidente

Cerca de 68,8 milhões de nigerianos estão aptos a votar, em meio a um ambiente de tensão devido ao risco de violência política e à ameaça de atentados islamitas

Homens depositam seus votos em urnas na Nigéria (REUTERS/Goran Tomasevic)

Homens depositam seus votos em urnas na Nigéria (REUTERS/Goran Tomasevic)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2015 às 13h41.

As urnas foram abertas hoje (29) na Nigéria, anunciou a Comissão Eleitoral, e os eleitores dirigem-se aos locais de votação para eleger o novo presidente e o Parlamento.

“As urnas abriram", disse à agência France Press o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional Independente, Kayode Idowu, apesar de relatos de atrasos na abertura da votação.

Repórteres informaram que o processo não começou em algumas localidades em Kano, Lagos e Abuja, devido a atrasos na chegada de delegados da comissão e de material eleitoral.

Cerca de 68,8 milhões de nigerianos estão aptos a votar, em meio a um ambiente de tensão devido ao risco de violência política e à ameaça de atentados islamitas.

Os candidatos a chefe de Estado são 14 e incluem, pela primeira vez, uma mulher. Participam da disputa, que deve ser acirrada, o atual presidente Goodluck Jonathan e o ex-general Muhammadu Buhari, que dirigiu a Nigéria, à frente de uma junta militar, de 1983 a 1985.

Jonathan, de 57 anos, é cristão do Sul e tem sido muito criticado pela incapacidade de conter as ações do grupo radical islâmico Boko Haram, que em seis anos causou cerca de 13 mil mortes.

Buhari, de 72 anos, é muçulmano originário do Norte e construiu uma reputação de incorruptível.

A Nigéria está praticamente dividida entre o Norte, de maioria muçulmana, e o Sul, majoritariamente cristão, com Buhari e Jonathan buscando o apoio de suas regiões.

As eleições presidenciais e legislativas no mais populoso país africano foram adiadas seis semanas (estavam previstas para 14 de fevereiro), para combater a organização Boko Haram no Nordeste, durante operação regional.

Nas últimas semanas, o Boko Haram perdeu a maioria das localidades que ocupava mas, segundo especialistas, poderá recorrer a ataques suicidas e tentar repetir os massacres, sobretudo no Norte do país.

Há ainda um temor em relação à violência política pós-eleitoral. Nas eleições anteriores, em 2011, cerca de mil pessoas morreram em confrontos depois de ter sido anunciada a derrota de Buhari para Jonathan.

O chefe da Comissão Eleitoral, Attahiru Jega, disse que “tudo o que é humanamente possível” foi feito para garantir eleições credíveis, mas a oposição alertou que os resultados serão pouco credíveis se os milhões de deslocados do Norte não puderem votar.

As fronteiras marítimas e terrestres foram fechadas à meia-noite de quarta-feira (27) e os veículos estão impedidos de circular hoje entre as 8h e as 17h locais, exceto para “missões essenciais”.

A posse do novo presidente da Nigéria está marcada para 29 de maio.

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