Mundo

Juristas e ONGs comentam eleições presidenciais

Representanes da sociedade civil pedem mais debate no segundo turno

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Sâo Paulo - Personalidades e representantes da sociedade civil acreditam que um segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PT) na eleição presidencial será importante para que os candidatos discutam mais as propostas de seu governo. Também ressaltaram o crescimento de Marina Silva (PV) nas urnas.

Reax Ophir Cavalcante, presidente da OAB

"Um segundo turno é importante para o país, é um plus. A sociedade precisa disso. Mostra que as pesquisas não servem para influenciar o voto. Mostra a independência do povo em relação às pesquisas."

Dalmo dallari, jurista

"Como não houve uma definição muito clara de nenhum dos candidatos em termos de objetivos fundamentais, de métodos, de ação, de valores que terão prioridade, é muito incerta a disputa a partir de agora.

Acho que há dois fatores que podem ter pesado (para o segundo turno). Um é toda a discussão em torno de corrupção, corrupção na Casa Civil, eu acho que isso teve um peso. E também verificou-se uma surpreendente ascensão da candidata Marina Silva, que realmente está obtendo uma votação bem maior do que aquela que as pesquisas indicavam. Também no caso da Marina, o crescimento dela ocorreu em prejuízo de votação de Dilma Rousseff.

Paulo Brossard, jurista, ex-ministro da Justiça e do STF

"Eu acho que o fato mais relevante é que as consultas de opinião foram recheadas. Isso é o mais grave, porque os resultados anunciados não foram confirmados pelo resultado final. Isso é muito ruim, porque você perde a confiança num instrumento importante.

Só existe uma influência, que é do governo. Ninguém tem tanta força para isso, só se explica com o poder do governo. Isso é um fato negativo, mas ainda bem que com tudo isso -- porque muita gente deve ter sido influenciada pelas pesquisas na hora de votar -- vai haver uma nova votação.

O poder do Estado hoje é uma coisa arrasadora, e o fato de a candidata oficial ser forçada a uma segunda rodada de votação, apesar de todo aparato do governo e do presidente, é algo de altíssimo significado."

Sérgio Leitão, coordenador do Greenpeace

Que esses candidatos se comprometam a respeitar a questão ambiental, de não fazer a questão ambiental uma mera desculpa para a não implementação de obras que são necessárias para o crescimento e o desenvolvimento econômico do Brasil, que eles entendam que o resultado da Marina indica que há uma fatia significativa da população brasileira que entende que ao mesmo tempo que é necessário gerar emprego, gerar desenvolvimento econômico, entendem também que é necessário isso estar, digamos assim, combinado com o respeito ao meio ambiente."

Rosana Heringer, coordenadora-executiva da Actionaid Brasil

É provável que os posicionamentos se acirrem e, é claro, se fortaleça uma perspectiva ainda mais plebiscitária das eleições. Independentemente dos resultados eleitorais em 2010, é necessário defender a manutenção dos atuais programas que beneficiam diretamente as pessoas pobres e excluídas, mas também é necessária a mobilização em prol de mudanças políticas e econômicas estruturais, incluindo as prioridades de investimentos, a política fiscal e a posição do governo brasileiro diante das negociações comerciais regionais e internacionais, entre outras."

Leia mais sobre política

Siga as notícias de Eleições no Twitter

 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilDemocraciaEleiçõesEleições 2010Política no Brasil

Mais de Mundo

Brasil é vice-lider em competitividade digital na América Latina, mas está entre os 11 piores

John Thune é eleito líder dos Republicanos no Senado, apesar de pressão de aliados de Trump

Biden e Xi realizarão sua terceira reunião bilateral na reunião da APEC em Lima

Após três anos de ausência, Li Ziqi retorna e ganha 900 mil seguidores em um dia