Bogotá - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou na segunda-feira que o governo de seu antecessor, Álvaro Uribe (2002-2010), tentou iniciar um processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no Brasil.

Em declaração realizada ao término de um conselho de ministros, Santos acrescentou que o Brasil "já tinha dado o sinal verde" às negociações com as Farc e lembrou que Uribe também tentou iniciar um processo similar com o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Neste sentido, acrescentou que o governo anterior não só tentou iniciar um processo, mas fez "muitas tentativas para realizar um processo de paz" similar ao que está acontecendo atualmente entre o governo e as Farc em Havana.

"Houve tentativas com as Farc, houve tentativas com o ELN, com o ELN o país não pode esquecer que se sentaram para negociar em Cuba para buscar a possibilidade de um processo de paz", declarou o chefe de Estado.

Por isso criticou a "dupla moral" da oposição liderada por Uribe ao acusar o atual governo de "estar entregando o país ao "castro-chavismo"" já que a Administração anterior também tentou iniciar um processo similar.

Santos pediu para que governo e oposição se sentem "para discutir como fazer com que este processo seja bem-sucedido para todo o mundo".

As tentativas de Uribe de buscar uma negociação com a guerrilha durante seu governo foram reveladas pelo colunista Daniel Coronell na última edição da revista "Semana".

Segundo Santos, o que Coronell publicou "é totalmente certo" e ressaltou que "houve não uma, mas muitas tentativas de iniciar um processo de paz com as Farc".

Por meio de várias mensagens em sua conta no Twitter, Uribe revelou que as Farc não aceitaram "por nossa condição: cessação de atividade criminosa".

"A diferença entre Santos e nosso governo é que nós submetíamos o terrorismo e Santos se submete", escreveu em outra mensagem o ex-presidente e agora senador do opositor partido Centro Democrático.

Segundo Uribe, "o procedimento comunicativo de Santos e Coronell é de delinquentes", e acusou seu sucessor de mentir e de induzir o jornalista a "deturpar o conteúdo".