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Uribe está por trás de espionagem de negociadores, diz Farc

Farc afirmaram que ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, está por trás do suposto caso de espionagem dos negociadores do governo nos diálogos de paz


	Combatentes das Farc, na Colômbia: "Álvaro Uribe é o inimigo número um da paz na Colômbia", disse o número dois da guerrilha, Luciano Marín Arango
 (ALEJANDRA PARRA / Bloomberg)

Combatentes das Farc, na Colômbia: "Álvaro Uribe é o inimigo número um da paz na Colômbia", disse o número dois da guerrilha, Luciano Marín Arango (ALEJANDRA PARRA / Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 12h43.

Havana - As Farc afirmaram nesta quarta-feira em Havana que o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe 'está por trás' do suposto caso de espionagem aos negociadores do Governo em diálogos de paz e asseguraram que os delegados da guerrilha também foram vítimas desta prática.

'Claro, Álvaro Uribe está por trás de tudo isso. Não se esqueçam que Álvaro Uribe é o inimigo público número um da paz na Colômbia', disse em declarações aos meios de comunicação o número dois da guerrilha e seu chefe negociador, Luciano Marín Arango, conhecido como 'Ivan Márquez'.

O chefe guerrilheiro qualificou de 'realmente grave' este assunto e denunciou que 'aqui não somente se está espionando desde Colômbia a delegação de paz do Governo nacional, mas especialmente as delegação de paz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)'.

Ivan Márquez pediu ao Governo de Juan Manuel Santos que atue 'de uma maneira que não deixe dúvidas acerca da origem e da intenção deste tipo de atividades' que, segundo sua opinião, 'disparam' contra o 'propósito superior' da paz.

As tramas de espionagem reapareceram na política colombiana com denúncias sobre uma suposta central de inteligência militar clandestina que tinha na mira, entre outros, os negociadores do Governo nas conversas de paz com a guerrilha.

O presidente Santos condenou esses fatos e exigiu uma investigação 'a fundo' sobre um caso que já custou o posto a dois altos comandantes da inteligência militar colombiana, concretamente, o chefe de Inteligência do Exército, general Mauricio Ricardo Zúñiga, e o diretor da central de Inteligência Técnica do Exército (Citec), general Óscar Zuluaga.

O número dois das Farc fez estas declarações minutos antes do início de uma nova jornada de conversas com os negociadores do Governo que, como é habitual, não fizeram declarações à imprensa durante a chegada ao Palácio de Convenções de Havana, sede permanente dos diálogos de paz colombianos.

O processo que tenta pôr fim ao conflito armado mais longo da América Latina se encontra na atualmente centrado no debate sobre o tema das drogas e o narcotráfico.

Em torno deste assunto, as Farc apresentaram hoje outra bateria de propostas para pedir que se suspendam imediatamente as aspersões aéreas com agentes químicos como o glifosato sobre cultivos de coca, papoula e maconha.

*Atualizada às 13h43 do dia 05/02/2014

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