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Urânio enriquecido do Irã 'se mantém' intacto apesar dos ataques dos EUA, diz conselheiro iraniano

Ali Khamenei, conselheiro do líder supremo, afirma que “o jogo não terminou”

Ali Khamenei, líder supremo do Irã (AFP)

Ali Khamenei, líder supremo do Irã (AFP)

Publicado em 22 de junho de 2025 às 17h57.

Última atualização em 23 de junho de 2025 às 11h01.

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O Irã segue tendo urânio enriquecido apesar dos bombardeios americanos contra as principais instalações nucleares do país, afirmou um conselheiro do líder supremo, Ali Khamenei, neste domingo, 22.

"Embora instalações nucleares tenham sido destruídas, o jogo não terminou, os materiais enriquecidos, o conhecimento autóctono e a vontade política se mantêm", diz Ali Shamkhani, em uma mensagem publicada no X.

O assessor acrescentou que "a iniciativa política e operacional está agora do lado de quem joga inteligentemente e evita os ataques às cegas. As surpresas continuarão!", afirma.

O que é o urânio enriquecido?

O urânio enriquecido é uma substância vital para a geração de energia nuclear e também um elemento-chave no desenvolvimento de armas nucleares. Seu processo de enriquecimento, armazenamento e uso envolvem protocolos de segurança rigorosos devido aos perigos associados à sua alta radioatividade.

Onde está o urânio do Irã? País diz ter retirado o material antes de ataque e EUA buscam informações

Como funciona o processo de enriquecimento do urânio?

O urânio encontrado na natureza tem concentração de 99% do isótopo U-238. Apenas 0,7% é do isótopo U-235, que é o que interessa para fins energéticos ou militares. O urânio natural, composto principalmente de U-238, é transformado em gás (UF6) e separado por métodos como centrífugas ou difusão gasosa. As centrífugas giram a alta velocidade para separar os isótopos com base em sua massa, concentrando o U-235.

"O processo de enriquecimento do urânio busca aumentar a concentração do isótopo U-235, em relação aos outros isótopos, que embora tenham o mesmo comportamento químico, são diferentes em relação ao comportamento físico, especialmente em relação à radiação,” afirma Pedro Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP.

Para chegar em um urânio enriquecido, a concentração do U-235 tem que sair de 0,7% e atingir níveis, por exemplo, de 3% a 5%, para que ele possa ser utilizado para fins de geração de energia elétrica, afirma Côrtes.

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