Mundo

Universidade proíbe médicas de trabalharem com niqab

A medida deverá ser cumprida também pelas professoras da Faculdade de Medicina, as médicas residentes e as auxiliares de enfermagem


	Niqab: medida foi adotada para favorecer o trabalho e "preservar os direitos dos pacientes"
 (Fayez Nureldine / AFP/AFP)

Niqab: medida foi adotada para favorecer o trabalho e "preservar os direitos dos pacientes" (Fayez Nureldine / AFP/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 09h34.

Cairo - A Universidade do Cairo, a principal do Egito, proibiu as médicas e as enfermeiras de usarem o "niqab", o véu que cobre todo o rosto menos os olhos, durante o exercício de suas funções nos hospitais vinculados a ela.

A resolução, adotada pelo reitor Gaber Nasar, entrou em vigor ontem nos hospitais de Qasr al Aini e Al Faransaui, assim como em todos os centros de saúde universitários, informou nesta segunda-feira a imprensa egípcia.

Nasar disse que a legislação, divulgada integralmente pelo jornal "Al-Ahram" em seu site, foi adotada para favorecer o trabalho e "preservar os direitos dos pacientes".

A medida deverá ser cumprida também pelas professoras da Faculdade de Medicina, as médicas residentes e as auxiliares de enfermagem.

Os ulemás da Al-Azhar - a principal instituição religiosa do islã sunita no mundo - sediada no Egito, não consideram o "niqab" uma peça de roupa obrigatória para a mulher.

Desde setembro, os profissionais acadêmicos de todas as faculdades da Universidade do Cairo têm proibido o uso deste véu nas aulas práticas, teóricas, e nos laboratórios.

Esta medida foi denunciada à justiça, com a alegação de ser inconstitucional por dezenas de professoras, mas a Corte Administrativa do Egito deu em janeiro razão ao reitor.

Nasar explicou então à Agência Efe que a proibição não afeta as alunas e que, quanto às professoras, se limita às salas de aula e não a todo o campus.

Há alguns anos, muitas universidades egípcias proibiram o uso do "niqab" para as alunas durante as provas, decisão que também foi questionada nos tribunais.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoEnsino superiorFaculdades e universidadesMuçulmanosMulheres

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês