Imagem meramente ilustrativa: jovem coberta com véu. (Znapshot.Photography/Getty Images)
EFE
Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 10h10.
Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 10h11.
Cairo - A Universidade egípcia de Al-Azhar, um dos centros mais prestigiados do Islã sunita, readmitiu uma jovem aluna que foi expulsa há poucos dias por abraçar seu companheiro fora do campus e que já foi batizada como "a menina do abraço" pela imprensa local, depois da polêmica gerada pelo seu caso.
"Reconsideramos o caso da estudante depois que ela apresentou uma carta de desculpas por escrito (...) Ela não vai poder fazer o exame deste semestre, mas sim o seguinte", afirmou nesta terça-feira à Agência Efe o porta-voz da Universidade, Ahmed Zaree.
A universidade islâmica decidiu expulsar a aluna há poucos dias, após a divulgação nas redes sociais de uma gravação na qual um menino se ajoelha diante dela com um ramo de flores e lhe pede em casamento, antes de abraçá-la, tirá-la do chão e dar voltas com ela nos braços para celebrar o "sim".
A decisão de readmiti-la na Universidade acontece após o conselho do xeque de Al-Azhar, Ahmed al Tayyip, revisar o caso da jovem pela "sua pouca idade e levando em consideração seu futuro", acrescentou Zaree.
Apesar de poder comparecer às aulas no seguinte semestre, terá que repetir o exame no próximo ano letivo, sem a opção de cursar mais disciplinas.
Zaree explicou há dois dias à Efe que a expulsão ocorreu porque a Universidade de Al-Azhar "tem um caráter especial" por ser um centro religioso e suas decisões são coerentes com "os valores da sociedade"egípcia, onde a maior parte dos cidadãos praticam o Islã sunita e seguem tradições conservadoras, sobretudo a respeito das relações entre os dois sexos.
Apesar de a proposição ter feita no campus da Universidade de Mansura, no delta do Nilo (norte), a aluna estuda na filial da Al Azhar nesta mesma cidade.
A Universidade religiosa, com sede no Cairo, é uma das instituições teológicas de mais renome e nela estudam alunos de todo o mundo, desde a África até a Ásia. EFE