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Universidade lança projeto que transforma lixo em máquinas

O Fábrica Verde já foi adotado com sucesso no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, e na Rocinha, na zona sul


	Empresa júnior da PUC-Rio: Carlos Minc explicou que a PUC foi escolhida como parceira em virtude da tradição de desenvolver projetos sociais em comunidades carentes
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Empresa júnior da PUC-Rio: Carlos Minc explicou que a PUC foi escolhida como parceira em virtude da tradição de desenvolver projetos sociais em comunidades carentes (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2012 às 17h26.

Rio de Janeiro - O projeto Fábrica Verde da Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro ganhou hoje (22) mais um polo de coleta de lixo eletrônico. Montado no pátio da Pontifícia Universidade Católica (PUC), na zona sul do município, o polo quer estimular alunos e professores da universidade, além de moradores da região, a doarem computadores velhos e sem uso além de equipamentos eletrônicos. Com o projeto, jovens de comunidades carentes são capacitados a transformar esses materiais em novas máquinas. O Fábrica Verde já foi adotado com sucesso no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, e na Rocinha, na zona sul.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, explicou que a PUC foi escolhida como parceira em virtude da tradição de desenvolver projetos sociais em comunidades carentes. Ele adiantou que o órgão assinou contratos com empresas da área de informática para fornecer computadores, no intuito de ampliar o programa. "Hoje a PUC assume formalmente não só esse apoio, como também se converte em um centro de recepção de computadores inutilizados tanto de empresas quanto de alunos e professores e vai alimentar com a matéria-prima necessária para as nossas Fábricas Verdes. É um momento muito importante", ressaltou.

De acordo com Minc, o projeto Fábrica Verde estimula os jovens a aprender uma profissão e é bem aceito pelos jovens nas comunidades. "As pessoas que estão na Fábrica Verde estavam largadas e hoje estão alegres. Agora, eles [os alunos] têm camisas, andam arrumados, ganham lanches, estão aprendendo algo novo. Então não deixa de ser uma ótima motivação e cria um clima de presença do Poder Público que tantos anos ficou ausente, porque os criminosos controlavam o território que agora foi reconquistado pelas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora)", completou.

Ainda segundo Carlos Minc, em setembro, o órgão lançará na comunidade da Mangueira, também na zona norte, o projeto da Ecomoda. Nele, os interessados poderão fabricar roupas e acessórios com materiais recicláveis.

O estudante do 6° período do curso de Jornalismo da PUC Guilherme Ferraz Marçal, 20 anos, apoia a iniciativa e disse que vai contribuir entregando equipamentos pouco utilizados em casa. "Sabendo dessa iniciativa na minha faculdade, acho que vou até procurar nas minhas gavetas para ver se tenho algum aparelho que não vou mais utilizar, que possa ser transformado em outra coisa mais produtiva do que ficar parado no armário", disse.

O projeto Fábrica Verde foi lançado em maio de 2011 no Complexo do Alemão e expandido para a Rocinha, em junho deste ano. Nele, cerca de 250 jovens aprendem a transformar computadores sem uso, doados por moradores e empresários, em novas máquinas. Após a reforma, os equipamentos são doados a telecentros comunitários. Com o incentivo, esses jovens recebem uma ajuda de custo no valor de R$ 120. Os que se destacam, podem ser contratados como monitores e passam a receber uma bolsa de R$ 600.

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