"As mulheres com frequência desistem de exercer a Medicina quando casam ou têm filhos", afirmou uma fonte da universidade ao justificar falsificação das notas (Universidade de Tóquio/Wikimedia Commons)
AFP
Publicado em 2 de agosto de 2018 às 09h32.
Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 09h54.
Uma faculdade de Medicina de Tóquio está sob suspeita de ter manipulado durante vários anos as notas dos concursos de admissão para limitar o número de mulheres entre os estudantes, informa a imprensa japonesa.
A descoberta aconteceu no âmbito de uma investigação após acusações de favorecimento ao filho de um alto funcionário do ministério da Educação, indicou o jornal Yomiuri Shimbun.
A Universidade de Medicina de Tóquio começou a reduzir as notas das mulheres nos exames de admissão a partir de 2011, depois de constatar um considerável aumento do número de candidatas admitidas em 2010.
Em 2010, 40% dos estudantes admitidos foram mulheres, contra 20% em 2009, segundo o jornal.
A partir de 2011, a universidade decidiu modificar as notas dos exames com o objetivo de evitar que as mulheres superassem a marca de 30% de admitidas.
"As mulheres com frequência desistem de exercer a Medicina quando casam ou têm filhos", afirmou uma fonte da universidade ao jornal para tentar justificar a falsificação das notas.
"Existe um consenso na universidade de que os médicos são mais importantes para o hospital universitário", completou a fonte.