Catalunha: em conjunto, as três listas separatistas - Juntos pela Catalunha, ERC e CUP - somam 70 do total de 135 cadeiras e poderão governar em coalizão (Javier Barbancho/Reuters)
AFP
Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 07h43.
A líder do partido unionista catalão Cidadãos, Inés Arrimadas, prometeu nesta quinta-feira lutar como a organização mais votada nas eleições regionais, e avisou que os separatistas "nunca mais poderão falar em nome de toda a Catalunha".
"Ficou mais claro (...) que a maioria social está a favor da união com o restante dos espanhóis e com o restante dos europeus, e que os partidos separatistas nunca mais poderão falar em nome de toda a Catalunha porque a Catalunha são todos", disse Arrimadas ao comemorar a vitória diante de milhares de partidários em Barcelona.
A vitória desta quinta-feira é um marco no partido criado em 2006 para combater o separatismo, hegemônico na Catalunha, que o coloca como primeira força política no Parlamento regional, com 37 deputados, contra 25 nas eleições de setembro de 2015.
Com uma campanha enérgica em nome dos catalães que desejam permanecer na Espanha, Arrimadas conseguiu atrair eleitores desmotivados e "roubar" outros do Partido Popular (PP), do chefe de governo espanhol Mariano Rajoy, que caiu de onze para três deputados.
Cidadãos totalizou 1,1 milhão de votos, que com os votos do PP, do Partido Socialista e da coalizão esquerdista Catalunha em Comum representam 52,5% do eleitorado, contra 47,5% para os separatistas.
A questão é que nas regiões rurais, tradicionalmente mais separatistas, é preciso menos votos para se eleger um deputado.
Desta forma, o voto unionista dos grandes núcleos urbanos, onde venceu o Cidadãos, não se traduziu em cadeiras no Parlamento regional.
Em conjunto, as três listas separatistas - Juntos pela Catalunha, ERC e CUP - somam 70 do total de 135 cadeiras e poderão governar em coalizão.
Segundo Arrimadas, "o processo (separatista) não representa um futuro para todos os catalães e vamos seguir lutando, inclusive contra esta lei eleitoral injusta que dá mais cadeiras para quem tem menos votos".