Projeto do biodigestor da Ben & Jerry's: sistema conta com 24 quatrilhões de microorganimos que vão 'comer' os resíduos e convertê-los em biogás. (Divulgação)
Vanessa Barbosa
Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 13h35.
São Paulo - A gigante de alimentos Unilever está empenhada em baixar as emissões de carbono em suas fábricas de sorvete. Dona de marcas como Kibon no Brasil, Algida e Wall's na Europa, e Ben & Jerry's nos Estados Unidos, a maior fabricante de sorvetes do mundo anunciou a construção de um biodigestor capaz de transformar restos da produção da guloseima gelada em energia.
Fruto de uma parceria com um produtor de água e sistemas de purificação de gás, o biodigestor está sendo instalado em uma das fábricas holandesas da icônica marca de sorvetes americana Ben & Jerry's. Ele vai gerar biogás a partir de resíduos de produtos como leite, nata, proteínas, xaropes e pedaços de frutas. A tecnologia, que deve entrar em operação ainda este ano, será responsável pelo suprimento de 40% de toda a energia da fábrica.
Além de evitar desperdícios durante a produção, o sistema também será capaz de purificar a água dos resíduos. De acordo com a Parques, empresa responsável pelo sistema, o biodigestor foi especialmente desenvolvido para o tratamento anaeróbio de fluxos de resíduos que contêm gorduras, óleos e sólidos biodegradáveis como as proteínas e o amido. Para a transformação, o aparelho conta com um reator repleto de microorganismos - são 24 quatrilhões, ou 24.000.000.000.000.000 - que vão 'comer' os resíduos e convertê-los em biogás.
No ano passado, a Unilever anunciou algumas metas agressivas em prol do meio ambiente, incluindo planos para cortar emissões de gases de efeito estufa, uso de água e produção de resíduos de forma sustentável, além de garantir que a origem sua matéria-prima agrícola venham de fontes que não agridem a natureza. O grupo, que em 2010 manteve a liderança no setor de Alimentos e Bebidas dos Índices de Sustentabilidade Dow Jones pelo 12º ano consecutivo, também planeja dobrar a utilização de energias renováveis para 40% de toda sua necessidade energética até 2020.