Adolescentes, e principalmente meninas, são as maiores vítimas da epidemia global de Aids (Joan Costa/CSIC/Divulgação)
Reuters
Publicado em 25 de julho de 2018 às 12h55.
Última atualização em 25 de julho de 2018 às 12h55.
Londres - Adolescentes, e principalmente meninas, são as maiores vítimas da epidemia global de Aids, já que cerca de 30 jovens se infectam a cada hora, de acordo com um relatório do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (Unicef).
Destas 30 infecções novas em pessoas de 15 a 19 anos de idade em 2017, cerca de 20 - ou dois terços - foram em meninas, disse o Unicef, o que representa uma "crise de saúde, além de uma crise de intervenção".
Embora tenha havido um progresso substancial na luta contra a Aids nas últimas duas décadas, a incapacidade de evitar tantas infecções novas entre crianças e adolescentes está refreando esse avanço, disse o relatório.
Segundo o levantamento, a propagação da epidemia entre meninas adolescentes está sendo estimulada pelo sexo precoce, inclusive com homens mais velhos, sexo forçado, impotência para negociar relações sexuais, pobreza e falta de acesso a aconselhamento confidencial e exames.
"Na maioria dos países, mulheres e meninas carecem de acesso a informações, serviços e até ao poder de dizer não ao sexo de risco", disse Henrietta Fore, diretora-executiva do Unicef. "O HIV floresce entre os mais vulneráveis e marginalizados, o que coloca as meninas adolescentes no cerne da crise."
O relatório do Unicef, apresentado nesta quarta-feira em uma conferência da Aids em Amsterdã, disse que 130 mil adolescentes de 19 anos ou menos morreram de Aids no ano passado e que 430 mil foram infectadas - quase 50 por hora.