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União Europeia vai aumentar fiscalização sobre importações da China

Bloco econômico também busca acabar com isenção de 150 euros para compras pessoais

Vincenzo Calcopietro
Vincenzo Calcopietro

Redator na Exame

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 11h21.

A União Europeia (UE) está intensificando a fiscalização alfandegária sobre produtos adquiridos em sites chineses como Temu e Shein, em uma tentativa de proteger o comércio local. A nova diretriz será publicada na quarta-feira, 5 de fevereiro, pela Comissão Europeia (CE), segundo a Reuters.

A iniciativa busca assegurar uma concorrência justa e reforçar os padrões de segurança dos produtos importados. Embora a medida se aplique a todos os varejistas de comércio eletrônico fora da UE, o foco principal está nas plataformas asiáticas.

A fiscalização será aplicada em todos os 27 países do bloco, com a alfândega ampliando os controles sobre mercadorias compradas on-line que possam representar riscos à segurança ou descumprimento das normas da UE. No entanto, caberá a cada país definir quais produtos serão alvo da fiscalização.

O impacto na economia europeia

O endurecimento da fiscalização é uma resposta ao grande volume de compras oriundas da China, que tem dominado as importações do e-commerce europeu.

Atualmente, uma regra da UE isenta de impostos as importações abaixo de 150 euros (cerca de R$ 907), um benefício que favorece produtos chineses de baixo custo. Enquanto isso, comerciantes europeus enfrentam taxas de importação sobre grandes volumes de compra, o que compromete a competitividade. No setor de vestuário, por exemplo, os itens podem carregar tarifas de até 12%, tornando a concorrência desleal.

Os números refletem o peso dessas importações: em 2024, 91% das compras on-line abaixo do limite de 150 euros vieram da China, totalizando 4,6 bilhões de euros (R$ 27,8 bilhões), segundo a Comissão Europeia.

Próximos passos: fim da isenção e novas regras alfandegárias

A Comissão Europeia destacou que o crescimento das importações exige uma resposta urgente, especialmente quando os produtos importados podem ser falsificados, perigosos ou não atenderem às regulamentações da UE.

Além disso, a estrutura alfandegária atual não tem conseguido lidar com esse aumento exponencial, que dobrou entre 2023 e 2024. Para conter essa escalada, a reforma alfandegária prevê:

  • Eliminação da isenção para compras abaixo de 150 euros
  • Criação de uma Autoridade Aduaneira da UE para reforçar o controle nas fronteiras
  • Implementação de um Data Hub para e-commerce, centralizando as informações de importação

A Comissão Europeia já trabalha para antecipar parte dessas mudanças para o ano que vem, priorizando a criação da Autoridade Aduaneira.

Se concretizada, a nova política pode redefinir as regras do jogo para o comércio eletrônico na Europa, impactando diretamente plataformas chinesas e o bolso dos consumidores.

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