Bandeira da União Europeia: Catherine Ashton convocou uma reunião de embaixadores para segunda-feira, com a intensão de analisar a crise e estudar a possibilidade de convocar um encontro extraordinário (Philippe Huguen/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2013 às 15h50.
Bruxelas - A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, garantiu nesta sexta-feira que a responsabilidade da "tragédia" no Egito recai principalmente no governo interino e anunciou que a União Europeia (UE) discutirá possíveis medidas de retaliação à violência vivida no país africano.
Ashton considerou "aterrorizante" o saldo de mortos e feridos, explicou em comunicado que esteve em contato com os ministros europeus das Relações Exteriores e pediu aos países que estudem "medidas apropriadas" para responder a essa violência como UE.
"A responsabilidade desta tragédia recai com força no governo interino, assim como na classe política do país no sentido mais amplo", segundo a crítica mais direta da diplomata até agora às autoridades egípcias.
Ashton chamou mais uma vez todos a acabar com a violência, pediu "contenção" às forças de segurança e cobrou das forças políticas "que expressem suas opiniões pacificamente e mantenham aberta a possibilidade de um processo político que deveria levar o Egito outra vez ao caminho da democracia e curar as feridas na sociedade egípcia".
Ashton convocou uma reunião de embaixadores para segunda-feira, com a intensão de analisar a crise e estudar a possibilidade de convocar um encontro extraordinário dos ministros das Relações Exteriores dos 28 países membros.
Nessa linha, o presidente da França, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, expressaram o desejo de que haja uma reunião "urgente" dos ministros para estabelecer uma postura comum perante a crise.
Hollande e Merkel defenderam a realização desse encontro na semana que vem para abordar a cooperação entre UE e Egito e elaborar respostas comuns. O bloco tem dado grande apoio econômico ao Egito desde a revolta que derrubou o presidente Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.
Desde a queda do presidente Mohammed Mursi em 3 de julho, que a UE não definiu como um golpe de estado, Bruxelas tratou de mediar entre os diferentes grupos políticos na tentativa de evitar o confronto.
Os esforços incluíram várias viagens de Ashton ao Egito e a presença no país do representante especial da UE para o Mediterrâneo Sul, Bernardino León