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União Europeia deve traçar 'linhas vermelhas' nas relações com Trump, diz ministro francês

Jean-Noël Barrot: ministro francês pede medidas firmes da UE contra interferências no debate público

Jean-Noël Barrot: ministro francês pede medidas firmes da UE contra interferências no debate público (AFP)

Jean-Noël Barrot: ministro francês pede medidas firmes da UE contra interferências no debate público (AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 07h54.

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O ministro francês de Exteriores, Jean-Noël Barrot, afirmou nesta segunda-feira, 20, que a União Europeia (UE) precisa estabelecer “linhas vermelhas” em suas relações com a nova administração de Donald Trump. Entre essas prioridades, destacou a proteção das fronteiras europeias e a integridade do debate público.

“Sobre esses dois temas não há negociação possível. Seremos intransigentes”, declarou Barrot em entrevista ao canal BFMTV. Ele explicou que a UE não pode aceitar que as redes sociais interfiram em processos eleitorais ignorando as regras europeias.

Regras europeias contra interferência de redes sociais

Barrot destacou: “Não aceitamos que o debate público se desloque para plataformas de redes sociais com regras impostas por multimilionários americanos ou chineses”. Para enfrentar isso, a UE adotou há dois anos um conjunto de normas que obrigam essas plataformas a respeitar a qualidade do debate público, sob pena de multas severas que podem culminar até na suspensão de suas atividades.

Ao ser questionado sobre Elon Musk e o apoio do X (antigo Twitter) ao partido de ultradireita Alternativa por Alemanha (AfD), Barrot evitou uma resposta direta, mas citou um caso recente: a interferência do TikTok nas eleições da Romênia. Por causa dessas ações, o Tribunal Constitucional do país decidiu suspender o pleito.

Sobre o caso alemão, Barrot afirmou que a Comissão Europeia já iniciou investigações e que precisa agir com rapidez para avaliar se houve violações e aplicar sanções, se necessário. Além disso, pediu que a Comissão tome todas as medidas possíveis para evitar que casos como o da Romênia se repitam.

França defende uma UE mais forte frente aos EUA

Barrot ressaltou que, com a volta de Trump à Casa Branca e o cenário global cada vez mais competitivo, a União Europeia precisa se fortalecer para proteger seus interesses. “Europa é um amplificador de potência”, afirmou o ministro, destacando a importância de um bloco unido e forte.

A ausência de membros do governo francês na cerimônia de posse de Trump também chamou atenção. A França será representada apenas pelo seu embaixador. Questionado se Trump é amigo da França, Barrot respondeu: “É assim que ele se apresenta”.

François Hollande alerta para confrontos com os EUA

O ex-presidente francês François Hollande (2012-2017) também se pronunciou sobre o retorno de Trump ao poder, enfatizando que “os próximos meses serão marcados por uma confrontação econômica, comercial e política entre os EUA e a Europa”.

Para Hollande, a UE deve resistir a pressões externas, como tarifas impostas por Washington ou tentativas de redes sociais americanas de influenciar o debate público no bloco europeu. Ele defendeu que a União Europeia precisa estar preparada para agir com firmeza e proteger seus interesses estratégicos.

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