Mundo

União Europeia dá primeiro passo para entrada de Ucrânia e Moldávia

Líderes de Alemanha, França e Itália, os maiores países do bloco apoiam a candidatura ucraniana

Autoridades europeias disseram que a Ucrânia já adotou cerca de 70% das regras e padrões da UE (Isa Fernandez / EyeEm/Getty Images)

Autoridades europeias disseram que a Ucrânia já adotou cerca de 70% das regras e padrões da UE (Isa Fernandez / EyeEm/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de junho de 2022 às 07h40.

A União Europeia deu na quinta-feira, 23, o sinal verde para que Ucrânia e Moldávia - duas ex-repúblicas soviéticas - sejam candidatas a entrar no bloco. Ainda que seja apenas o primeiro passo de um longo processo de adesão, a decisão foi considerada um revés para o presidente russo, Vladimir Putin, que iniciou uma guerra com o objetivo de afastar os ucranianos do Ocidente.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, elogiou a decisão da Comissão Europeia. "É um momento único e histórico. O futuro da Ucrânia está na UE", afirmou. Líderes de Alemanha, França e Itália, os maiores países do bloco, assim como a Romênia, deram uma prévia da decisão em uma visita a Kiev, na semana passada, dizendo que apoiavam a candidatura ucraniana.

Leia também: Ucrânia espera intensificação dos ataques da Rússia antes de decisão da UE

Ainda assim, muitos países-membros precisaram ser convencidos de que, apesar da atual falta de condições da Ucrânia para aderir à UE, o status de candidata era importante para dar ao país pelo menos a perspectiva de um futuro dentro do bloco.

PROCESSO

A decisão é o primeiro passo de um longo caminho. A Turquia, por exemplo, é candidata há 21 anos, mas ainda não é membro. Outros países na fila são Macedônia do Norte, Montenegro, Albânia e Sérvia, Em um sistema que funciona por consenso, cada integrante do bloco europeu tem direito de veto sobre a adesão novos membros.

A Holanda e muitos países menores resistiam em conceder o status de candidata incondicional à Ucrânia, por várias razões. Os eleitores holandeses rejeitaram a perspectiva de adesão em um referendo de 2014, mas o governo do premiê, Mark Rutte, foi pressionado a ignorar a votação após a invasão russa, em fevereiro.

CANDIDATURA

Além disso, a candidatura à UE é simbólica. Ela sinaliza que uma nação está em posição, se certas condições forem atendidas, para iniciar um processo mais detalhado, minucioso e de anos de reformas e negociações com o bloco, com vistas à adesão.

Muitos países não têm interesse que o bloco cresça, em parte porque seus 27 membros já acham muito difícil chegar a um consenso sobre questões vitais, como liberdades democráticas, reformas econômicas e o papel dos tribunais.

O histórico de corrupção da Ucrânia também aumentou as dúvidas, e alguns membros da UE estão preocupados com a capacidade do bloco de absorver um país do tamanho e da população da Ucrânia, citando repercussões econômicas e sociais de longo prazo.

ADEQUAÇÃO

Autoridades europeias disseram que a Ucrânia já adotou cerca de 70% das regras e padrões da UE, mas também apontaram a necessidade de o governo ucraniano implementar outras medidas de longo alcance.

Algumas nações europeias também gostariam de ver Albânia e Macedônia do Norte, nações balcânicas que são candidatas há mais de uma década, admitidas no bloco antes da Ucrânia.

A adesão de Ucrânia e Moldávia não foi bem aceita pela Rússia, que descreveu as aspirações ucranianas de se alinhar totalmente com instituições ocidentais - como Otan e UE - como uma "provocação" e uma "interferência em sua esfera de influência".

OPOSIÇÃO

Em 2013, Putin se opôs aos planos da Ucrânia de buscar a adesão à UE e pressionou o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, a desistir no último minuto. A medida desencadeou protestos em massa que eventualmente derrubaram Yanukovich e conduziram ao poder líderes ainda mais pró-europeus.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a decisão de conceder à Ucrânia o status de candidata à UE exige atenção total de Moscou. "Todos sabemos das discussões para reforçar a defesa da UE e seus componentes militar e de segurança", afirmou. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: Estadão Conteudo

Leia também: 

 

Acompanhe tudo sobre:Bolhas econômicasRússiaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia