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União Africana critica Trump por veto a refugiados do continente

Ela questionou que a ação tenha sido feita pelo "mesmo país que tomou como escravos muitos africanos durante o comércio transatlântico"

A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma (Pete Marovich/Getty Images)

A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma (Pete Marovich/Getty Images)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 11h15.

Adis-Abeba - A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, lamentou nesta segunda-feira que "o mesmo país que tomou como escravos" muitos africanos, em alusão aos Estados Unidos, tenha decidido agora proibir a entrada de refugiados deste continente.

Estas foram as palavras utilizadas por Dlamini-Zuma para criticar a política migratória do presidente americano, Donald Trump, contra cidadãos de sete países de maioria muçulmana, algo que qualificou como "um dos maiores desafios à unidade e solidariedade" da África, durante seu discurso na cúpula anual da UA.

"O mesmo país que tomou como escravos muitos africanos durante o comércio transatlântico de escravos decidiu agora proibir os refugiados de alguns de nossos países. O que vamos fazer a respeito?", perguntou a presidente aos chefes de Estado reunidos em Adis-Abeba, a capital da Etiópia.

Em um de seus últimos pronunciamentos no comando da UA, que hoje elegerá sua sucessora, a presidente reconheceu que são tempos "muito turbulentos" para o continente.

Nesta mesma linha, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, que está presente na cúpula, lembrou que os países africanos acolhem a maior população de refugiados do mundo.

"As fronteiras africanas seguem abertas para todos os refugiados que necessitam de proteção, enquanto as fronteiras em muitos outros países estão sendo fechadas, inclusive nas partes mais desenvolvidas do mundo", disse Guterres, que foi ovacionado pelos presentes.

Trump assinou na sexta-feira um decreto-lei que veta a entrada nos EUA de cidadãos com passaportes de Líbia, Sudão, Iraque, Somália, Síria, Iêmen e Irã, o que gerou vários protestos na comunidade internacional.

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