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Unesco: 793 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever

Órgão aponta que maior parte dos analfabetos são mulheres; Ásia e África são as regiões em piores condições

Mais da metade da população do Haiti é analfabeta: país é um dos piores do mundo no assunto (Joe Raedle/Getty Images)

Mais da metade da população do Haiti é analfabeta: país é um dos piores do mundo no assunto (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2011 às 14h39.

Paris - A Unesco informou nesta terça-feira que 793 milhões de pessoas em todo o mundo não sabem ler nem escrever, de acordo com um estudo publicado por ocasião da celebração do Dia Internacional da Alfabetização.

Segundo dados do Instituto de Estatística da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a maioria dessas pessoas são meninas e mulheres.

"Outras 67 milhões de crianças em idade escolar não leem ou escrevem, e 72 milhões de adolescentes em idade escolar também não estão gozando de seu direito à educação", indicou a agência da ONU.

Em todo o mundo, 11 países têm mais de 50% de adultos analfabetos: Benin, Burkina Fasso, Chade, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Haiti, Mali, Níger, Senegal e Serra Leoa.

Por regiões, o sul e o oeste da Ásia abrigam mais da metade da população analfabeta mundial (51,8%), tanto que na África Subsaariana vivem 21,4% dos adultos analfabetos.

Na Ásia Oriental e no Pacífico estão 12,8% dos analfabetos, nos países árabes, 7,6%, na América Latina e no Caribe, 4,6%. América do Norte, Europa e Ásia Central somam cerca de 2% dos adultos analfabetos, acrescentou a Unesco.

A celebração do Dia Internacional da Alfabetização, no dia 8 de setembro, presta atenção especial à relação entre a alfabetização e a paz, segundo a organização.

A Unesco entregará em Nova Délhi os prêmios internacionais de alfabetização Confúcio e Rei Sejong, que recompensam projetos do Burundi, Estados Unidos, México e da República Democrática do Congo.

O prêmio Unesco-Rei Sejong será entregue ao Instituto Nacional para a Educação dos Adultos do México (INEA), por seus programas de alfabetização bilíngues.

Segundo a Unesco, estes programas demonstraram sua eficácia para reduzir os índices de analfabetismo entre as povoações indígenas do México, em particular das mulheres, e para melhorar sua capacidade de exercer seus direitos.

Em Nova Délhi será realizada, entre os dias 8 e 10 de setembro, a conferência internacional "Alfabetização feminina para um desenvolvimento integrador e sustentável", organizada pelo governo indiano na abertura da "Iniciativa E-9".

A diretora geral deste órgão da ONU, Irina Bokova, declarou em comunicado que "o mundo precisa urgentemente de um compromisso político mais firme com a alfabetização respaldado pelos recursos adequados para ampliar os programas eficazes".

"É indispensável aos governos, as organizações internacionais, a sociedade civil e o setor privado fazer da alfabetização uma prioridade política, para que todas as pessoas possam desenvolver seu potencial e participar ativamente na formação de sociedades mais sustentáveis, justas e pacíficas", afirmou.

Participarão da conferência de Nova Délhi a presidente da Índia, Pratibha Devi Singh Patil, assim como os Ministros da Educação da Nigéria, Ruqayyatu Admed Rufai, que também preside o E-9, Paquistão (Pir mazhar-ul-Aq), Nepal (Gangalal Tuladhar), Egito (Ahmed Gamal El-Din Moussa), Sri Lanka (Bandula Gunawardhana), Bangladesh (Nurul Isla) e Butão (Lyonpo Thinley Gyamtso), entre outros.

O E-9 reúne nove países muito povoados que concentram mais de dois terços dos analfabetos adultos e mais da metade das crianças não escolarizados do mundo, e é formado por Bangladesh, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão.

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