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Uma em cada três solteiras do Japão quer ser dona de casa

O resultado é de uma pesquisa do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão


	Japonesas de kimono passeiam: o resultado contrasta com os objetivos recentemente propostos pelo premiê, que quer mais cargos ocupados por mulheres até 2020
 (Yoshikazu Tsuno/AFP)

Japonesas de kimono passeiam: o resultado contrasta com os objetivos recentemente propostos pelo premiê, que quer mais cargos ocupados por mulheres até 2020 (Yoshikazu Tsuno/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 07h06.

Tóquio - Uma em cada três solteiras no Japão gostaria de não entrar no mercado de trabalho e se dedicar somente às tarefas do lar após o casamento, informou uma pesquisa do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão divulgada nesta quarta-feira pelo jornal "Mainichi".

Segundo a pesquisa, 34,2% das mulheres solteiras com entre 15 e 39 anos responderam que gostariam de se dedicar exclusivamente às tarefas do lar, depois de se casarem.

As que responderam que não queriam deixar o mercado de trabalho para ser dona de casa em tempo integral somaram 38,5%.

O resultado contrasta com os objetivos recentemente propostos pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, dentro de seu programa de reforma econômica. Abe quer que 30% dos cargos de responsabilidade do país sejam ocupados por mulheres até o ano 2020.

Atualmente, apenas 2,6% dos diretores no Japão são mulheres, enquanto apenas 4,6% ocuparam postos de gerência, segundo dados de 2012 divulgados pela Associação Japonesa de Executivos de Empresa. Além disso, somente 11% dos parlamentares japoneses são do gênero feminino.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE) afirmaram em várias ocasiões a necessidade de uma maior participação da mulher no mercado de trabalho e na tomada de decisões no Japão e que isso traria benefícios econômicos.

Segundo a pesquisa do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar japonês, só um de cada cinco homens solteiros (19,3%) consultados se mostrou a favor de que sua futura mulher não trabalhe fora de casa.

Os que responderam que não gostariam que sua parceira deixasse o mercado de trabalho somaram 30,2%.

A pesquisa foi feita em março deste ano com 3.133 indivíduos.

Apesar de a incorporação da mulher ter aumentado progressivamente durante boa parte do século 20, a industrialização acabou por transformar em um costume social bastante comum no Japão que somente os homens tivessem trabalho remunerado e que as mulheres se dedicassem exclusivamente ao lar e às finanças da família.

Segundo dados deste ano da OCDE, aproximadamente 60% das mulheres japonesas abandonam seus empregos após o nascimento do primeiro filho. 

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