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Um passeio pela história de Budapeste através de suas pontes

Pontes servem para percorrer a história recente da capital húngara

Ponte sobre o Danúbio, em Budapeste: passeio vai da entrada à modernidade até os esforços da cidade para se transformar em uma cidade europeia e de vanguarda (Wikimedia Commons)

Ponte sobre o Danúbio, em Budapeste: passeio vai da entrada à modernidade até os esforços da cidade para se transformar em uma cidade europeia e de vanguarda (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 11h05.

Budapeste - As pontes sobre o Danúbio em Budapeste servem para percorrer a história recente da capital húngara, em um passeio que vai da entrada à modernidade, seu amor pela rainha Sisi até os esforços da cidade para se transformar em uma cidade europeia e de vanguarda no século 20.

A Széchenyi lánchíd (Ponte das Correntes) é, sem dúvida, um dos símbolos da cidade e testemunha da modernização e do crescimento em meados do século 19. Desde sua inauguração, em 1849, a ponte representa vários aspectos das mudanças da época: a modernização e a democratização.

"Por ser uma obra privada, inclusive os nobres tinham que pagar imposto para atravessá-la, como todos os cidadãos", contou à Agência Efe o historiador Roland Perényi.

Além disso, esta infraestrutura acelerou o desenvolvimento da cidade, que levou à unificação em 1873 dos municípios independentes de Buda, Pest e Óbuda, que formam hoje a capital.

Depois da Ponte das Correntes foi construída a Margit, que conecta a cidade com a ilha. Esta obra foi espetacularmente renovada e reinaugurada há um ano.

Budapeste construiu sua terceira ponte em 1896, quando ainda era uma capital do Império Habsburgo. Conhecida hoje como Szabadság, "liberdade" em húngaro, foi batizada na inauguração como Ponte de Francisco José, em homenagem ao então imperador.

Conta a lenda que foi o próprio monarca que colocou o último parafuso na plataforma da ponte. A obra, inaugurada durante as celebrações do milênio de fundação da cidade, foi parte dos projetos urbanísticos para tornar Budapeste uma cidade europeia e moderna, explicou Perényi.

A infraestrutura foi elevada com a tecnologia mais avançada da época e com a mesma técnica de ferro fundido usada na construção da Torre Eiffel, em Paris.


A ponte Erzsébet, em homenagem à imperatriz Elisabeth, carinhosamente apelidada de Sisi, esposa de Francisco José, e personagem muito querida na Hungria, apoiou ativamente o acordo que tornou a nação uma dupla monarquia do império Austro-Húngaro, que dava aos húngaros ampla autonomia sob o domínio de Habsburgo.

A ponte foi inaugurada em 1903, cinco anos depois do assassinato de Sisi, e foram os próprios cidadãos da capital que pediram que fosse nomeada em homenagem a sua amada rainha.

Apesar dessas declarações de amor mútuo, Elisabeth é a única ponte que não foi reconstruída na forma original após a Segunda Guerra Mundial.

Em 1937, a cidade viu se elevar uma nova passarela ao sul do leito do Danúbio, que hoje leva o nome de Sándor Petöfi, poeta e revolucionário do século 19. Ela se destaca por incluir uma ciclovia, pouco usual para a época.

No final da Segunda Guerra Mundial os alemães dinamitaram todas as pontes quando abandonaram a cidade fugindo do avanço do Exército Vermelho. Após a guerra, a maioria das pontes foi rapidamente reconstruída.

Em meados dos anos 60 foi inaugurada a nova ponte Erzsébet, que se destaca entre o classicismo dos edifícios históricos do centro de Budapeste por suas linhas modernas.

O desenvolvimentismo fracassado do sul da cidade deixou em 1995 outra ponte, construída com a expectativa de uma exposição universal, que Budapeste e Viena propuseram acolher, mas que nunca chegou a ser celebrada.

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