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Um Nobel da Paz direcionado a Trump e Kim Jong-un

ÀS SETE - A Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares, formada por ONGs de mais de 100 países, trabalha para proibir esses armamentos

Campanha: o prêmio vem semanas depois de a ameaça nuclear dominar as atenções na Assembleia Geral da ONU, em Nova York

Campanha: o prêmio vem semanas depois de a ameaça nuclear dominar as atenções na Assembleia Geral da ONU, em Nova York

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 06h32.

Última atualização em 6 de outubro de 2017 às 07h39.

A Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês) ganhou nesta sexta-feira o Nobel da Paz de 2017. A organização, formada por ONGs de mais de 100 países, trabalha para alcançar um pacto global que proíba esses armamentos.

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O prêmio vem semanas depois de a ameaça nuclear dominar as atenções na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, graça a múltiplas ameaças de destruição entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

A campanha que levou o Nobel superou favoritos como o Papa Francisco, que vem clamando por resoluções políticas e sociais, e trata das questões dos refugiados e imigrantes no mundo.

Outros cotados eram representantes da oposição a governos e movimentos repressivos mundo afora. Pelas ações no Oriente Médio e na guerra da Síria, Os Capacetes Brancos e seu líder, Raed al Saleh, concorriam ao prêmio junto com Raif Badawi, que se tornou símbolo da oposição ao governo autocrático da Arábia Saudita.

Além deles, Mohammad Javad Zarif e Federica Mogherini também concorriam ao prêmio, pelos acordos nucleares com o Irã; e Can Dündar e ‘Cumhuriyet’, pela oposição ao governo turco de Tayyip Erdogan.

Nos Estados Unidos, o Sindicato das Liberdades Civis dos Estados Unidos era cotado pela oposição às decisões de Donald Trump. E na Europa, quem tinha alguma chance nas bolsas de apostas era a alemã Angela Merkel, pelas ações de seu governo com os refugiados.

Embora continue com o prestígio de sempre, o Nobel da Paz vem sendo contestado pela postura e pelos resultados conquistados por muitos de seus vencedores. Até a União Europeia levou o prêmio, em 2012.

No último mês, a vencedora do prêmio de 1991 foi duramente criticada pela comunidade internacional. Aung San Suu Kyi, atualmente conselheira do Estado de Mianmar, foi acusada de realizar uma limpeza étnica contra o grupo muçulmano rohingya. Aung correu o risco de perder o prêmio quando milhares de pessoas pediram para cassá-lo.

No ano passado, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos recebeu o prêmio, pelas ações que culminaram no fim da guerra civil entre governo e guerrilhas no país. Porém, o “fim” dessa guerra só foi visto neste ano, com as declarações oficiais de membros das Farc, por exemplo, que entregaram suas armas e trabalham para virar um partido político.

Menos recente, mas também muito questionado, foi a premiação de 2009. Naquele ano, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama levou a homenagem pelas ações diplomáticas realizadas em seu mandato recém-começado.

Obama estava na presidência há apenas nove meses, e comandava duas guerras, no Iraque e no Afeganistão. Nos anos seguintes, acabou não cumprindo promessas como fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba.

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