Mariano Rajoy: o "caso Bárcenas" atinge há vários dias a Espanha, provocando a indignação de uma sociedade afetada por uma profunda crise econômica. (©afp.com / Javier Soriano)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 15h47.
Madri - Uma petição lançada na internet exigindo a renúncia do chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, e a convocação de eleições antecipadas após o escândalo de corrupção que atingiu o partido conservador superou nesta quarta-feira 1 milhão de assinaturas.
A petição foi colocada na plataforma virtual change.org em 31 de janeiro, no mesmo dia em que o jornal El Pais publicou informações sobre uma suposta contabilidade oculta do Partido Popular (PP, no poder na Espanha) e que atinge Rajoy.
Seu nome aparecia nos supostos documentos contábeis produzidos pelo ex-tesoureiro do PP, Luis Bárcenas, reproduzidos pelo jornal.
Segundo estes documentos, de acordo com o El Pais, o chefe do Governo desde 2011 teria recebido, entre 1997 e 2008, "pagamentos de um total de 25.200 euros por ano" procedentes de vários empresários privados.
Uma semana depois de ser lançada, na tarde de quinta-feira, a petição já havia recolhido 1.020.700 assinaturas.
O "caso Bárcenas" atinge há vários dias a Espanha, provocando a indignação de uma sociedade afetada por uma profunda crise econômica e cada vez mais acostumada às sucessivas revelações de casos de corrupção.
O escândalo explodiu no dia 18 de janeiro, quando o jornal de centro-direita El Mundo afirmou que o ex-tesoureiro do PP havia repartido ao longo de duas décadas envelopes com 5 e 15 mil euros procedentes de empresários privados entre os dirigentes do partido.
No entanto, o El Mundo assegurou que Rajoy nunca havia recebido estes pagamentos irregulares e havia terminado com estas práticas em 2009. Desde então, o PP disse sempre ter agido dentro da legalidade.
O próprio Rajoy afirmou que nunca havia recebido ou distribuído "dinheiro sujo" e descartou uma eventual renúncia, como exige o chefe da oposição socialista, Alfredo Pérez Rubalcaba.