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Um Brexit inteiro pela frente

A primeira semana do ano chega ao fim e pairam mais dúvidas do que 2016 deixou sobre o futuro do Brexit, o referendo que tirou o Reino Unido da União Europeia. Na terça-feira, Sir Ivan Rogers, o representante britânico no bloco europeu ,entregou uma carta de renúncia — três meses antes de dar início à […]

LONDRES: o ano início com mais dúvidas do que certezas sobre o Brexit, que ainda corre por debaixo dos panos do governo / Toby Melville/Reuters

LONDRES: o ano início com mais dúvidas do que certezas sobre o Brexit, que ainda corre por debaixo dos panos do governo / Toby Melville/Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 05h38.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.

A primeira semana do ano chega ao fim e pairam mais dúvidas do que 2016 deixou sobre o futuro do Brexit, o referendo que tirou o Reino Unido da União Europeia. Na terça-feira, Sir Ivan Rogers, o representante britânico no bloco europeu ,entregou uma carta de renúncia — três meses antes de dar início à ativação do artigo 50, que marcará a saída do mercado comum. Na carta, Rogers afirma que o governo tem “o pensamento enlameado” e “argumentos debilmente embasados”. A medida foi tomada como um medidor do despreparo do governo sobre o tema e um ataque à gestão da primeira ministra Theresa May.

Tentando retirar a imagem de falta de preparo, o governo anunciou ontem que May fará um discurso até o final de janeiro para acalmar os ânimos. O texto está sendo preparado com a ajuda do secretário de Assuntos Internacionais, Boris Johnson, ex-prefeito de Londres e uma das vozes mais proeminentes pela saída, e do secretário do Brexit, David Davis. É esperado que o discurso preze pelos interesses britânicos de permanecer no mercado comum, mas estabeleça novas soluções para a imigração de cidadãos europeus.

Será o suficiente? Rogers disse que o governo sequer sabe quais serão os objetivos da negociação, tampouco como ficará a relação do Reino Unido com a União Europeia pós-saída. Um embaixador disse ao jornal britânico The Guardian, que os servidores do governo estão frustrados com as críticas de que o projeto de saída é um caos e é pouco transparente. Líderes de outros países começam a questionar a capacidade de negociação dos britânicos — a primeira-ministra Erna Solberg da Noruega disse que o tempo dentro do mercado comum deixou a Inglaterra “muito tempo sem ter que lidar com barganhas”.

Um “Hard-Brexit”, a saída repentina do bloco, pode custar cerca de 82 bilhões de dólares por ano e estraçalhar 10% do PIB, segundo estimativas do Tesouro britânico. O Reino Unido levou 7 anos para entrar na Comunidade Europeia, finalizando o processo em 1973. Quatro décadas depois, segue sem resposta à pergunta de quanto tempo levará para sair.

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