Mundo

Um afago em Wall Street

Quando assumiu a presidência, Donald Trump jurou derrubar uma a uma as políticas do ex-presidente Barack Obama, e a mais nova vítima é uma lei criada para impedir um novo colapso financeiro como o de 2008. Trata-se da Dodd-Frank Act, legislação promulgada por Obama em 2010 e que intensificou a regulamentação para bancos e para […]

TRUMP ASSINA ORDEM PARA REVER DODD-FRANK: a lei, de 2010, intensificou regulação para bancos e para o mercado financeiro  / Kevin Lamarque/ Reuters

TRUMP ASSINA ORDEM PARA REVER DODD-FRANK: a lei, de 2010, intensificou regulação para bancos e para o mercado financeiro / Kevin Lamarque/ Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 17h53.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h53.

Quando assumiu a presidência, Donald Trump jurou derrubar uma a uma as políticas do ex-presidente Barack Obama, e a mais nova vítima é uma lei criada para impedir um novo colapso financeiro como o de 2008. Trata-se da Dodd-Frank Act, legislação promulgada por Obama em 2010 e que intensificou a regulamentação para bancos e para o mercado financeiro.

Após uma reunião com empresários nesta sexta-feira, Trump anunciou que vai reescrever aspectos da lei que, na visão do presidente, atrapalham os negócios de empresários americanos. “Esperamos cortar boa parte da Dodd-Frank porque, francamente, tenho muitos amigos que têm ótimos negócios mas não podem emprestar dinheiro”, disse. “Os bancos não os deixam emprestar por causa das regulações”.

Na tentativa de regulamentar o setor financeiro, a Dodd-Frank criou novas agências para regular os processos. A lei impede que clientes fiquem na mão no caso de falência ou problemas nas instituições financeiras. Bancos foram impedidos de emprestar dinheiro ou hipotecar imóveis praticando taxas abusivas.

Opositores de Trump afirmam que acabar com as regulações é perigosíssimo, já que o descontrole de Wall Street foi justamente o que levou à crise de 2008. O presidente foi eleito justamente com um discurso contra Wall Street e afirmava que a adversária, Hillary Clinton, favoreceria os banqueiros em detrimento da população.

Também nesta sexta-feira, outras das ações de Trump continuaram ganhando as manchetes: um advogado do governo afirmou em uma corte de Virginia que 100.000 vistos previamente emitidos foram revogados após a vigência do decreto que proíbe a entrada de imigrantes de alguns países muçulmanos. Em seguida, o Departamento de Estado afirmou que, na verdade, foram 60.000. Os números são muito maiores do que os previamente estimados.

O presidente, contudo, voltou atrás na questão com Israel, e na noite de quinta-feira, emitiu um comunicado criticando a construção de assentamentos em território palestino. Nos primeiros dias de mandato, Trump sinalizou que apoiaria a postura incisiva do premiê israelense Benjamin Netanyahu na região, e inclusive disse querer mudar a embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, a contragosto dos palestinos — mas parece ter recuado.

O afago em Wall Street ajudou Dow Jones a subir 0,88% até as 19h de Brasília. Entre indas e vindas, Trump vai mexendo na vida – e nas fortunas – de muita gente pelo caminho.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeÀs Sete

Mais de Mundo

EUA envia caças para interceptar avião espião russo próximo ao Alasca

Israel confirma ataques contra base militar e usinas elétricas no Iêmen

Correios da Nova Zelândia suspendem envios aos EUA devido a tarifas de Trump

Trump ameaça enviar Guarda Nacional a Baltimore para conter criminalidade