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Último mês de março foi o mais quente da história

Dado corrobora previsão de que 2010 será o ano com as mais altas temperaturas já registradas

Mês de março registra temperatura recorde (foto/Getty Images)

Mês de março registra temperatura recorde (foto/Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - O mês de março de 2010 foi o mais quente da história, segundo dados do Instituto Oceânico Atmosférico Americano (NOAA). No período, a combinação entre a temperatura média da Terra e dos oceanos registrou a marca dos 13,5˚C. Um aumento de 0,77˚C em relação a média registrada no século 20, que foi de 12,7˚C.

"Esse processo faz parte de uma tendência de aquecimento que acontece desde 1850 e é um processo natural do planeta", explica José Marenga, pesquisador do CCST (Centro de Ciências do Sistema Terrestre), órgão de estudos climáticos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

No entanto, segundo o pesquisador, a combinação entre fatores naturais, como o fenômeno El Niño, fenômeno climático que altera a distribuição da temperatura na superfície do oceano pacífico, e ação humana, tem acelerado o efeito.

De acordo com o comunicado oficial do NOAA, apesar da força do El Niño, neste período, ser considerada fraca/moderada, o evento climático contribuiu para o aquecimento da temperatura nos oceanos. E a expectativa é que o fenômeno influencie o hemisfério norte pelo menos durante a primavera.

José Marenga, no entanto, prevê que a próxima década pode atingir temperaturas ainda mais altas. Até agora, o período compreendido entre os anos 2000 e 2009 é considerada por climatologistas como a década mais quente já vista. De acordo com  Estudos do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da NASA,  este período registrou um aumento de cerca 0,2˚C em relação a década anterior.

Com o início do verão  a partir de julho no hemisfério norte, a tendência é que o clima naquela região fique ainda mais quente. "O oceano atlântico está com a temperatura mais alta, cerca de dois ou 3 graus, e tende a aumentar", diz o professor Augusto Pereira, do departamento de ciências atmosféricas da USP.

 

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