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Último mergulhador a deixar caverna da Tailândia relata final dramático

Chaiyananta Peeranarong, de 60 anos, deixou os colegas passarem e saiu por último. Teve tempo apenas de passar antes de o lugar ficar submerso

"Precisávamos apenas que soubessem como respirar e não entrar em pânico. Precisávamos apenas que se sentissem seguros", contou o ex-comandante tailandês (Marinha da Tailândia/Reuters)

"Precisávamos apenas que soubessem como respirar e não entrar em pânico. Precisávamos apenas que se sentissem seguros", contou o ex-comandante tailandês (Marinha da Tailândia/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de julho de 2018 às 08h45.

Última atualização em 12 de julho de 2018 às 15h14.

A energia elétrica e as bombas para retirar água pararam de funcionar, o que tornou imperativo deixar a caverna - conta o último mergulhador a deixar a gruta na Tailândia, após o resgate dos 12 garotos e de seu treinador.

As últimas cinco pessoas resgatadas tinham acabado de ser retiradas, na terça à noite, quando de repente se ouviu um grito do lugar mais delicado do trajeto de saída - uma galeria tubular por onde se passava com muita dificuldade.

"O australiano que supervisionava a passagem começou a gritar dizendo que a bomba d'água tinha deixado de funcionar", contou à AFP Chaiyananta Peeranarong, de 60 anos, ex-comandante da Marinha tailandesa.

"Se não se bombeasse a água nesse lugar, só seria possível sair com um cilindro de oxigênio", explicou, relatando os últimos instantes dessa dramática evacuação.

Os últimos mergulhadores "correram" então para passar por esse lugar "T", um pesadelo por sua estreiteza.

Chaiyananta deixou os colegas passarem e saiu por último. Teve tempo apenas de passar antes de o lugar ficar totalmente submerso.

"A água já chegava na cabeça, quase ao ponto de precisar de um cilindro de oxigênio", contou.

O ex-comandante tailandês explicou que a prioridade da equipe internacional de especialistas, da qual ele fazia parte, era garantir que os meninos não entrassem em pânico.

Por isso, alguns foram sedados e adormecidos, como mostra um vídeo divulgado na quarta-feira à noite pela célula de crise.

Dar-lhes segurança

"Alguns estavam adormecidos, outros moviam os dedos, tontos", relatou.

"Os médicos verificavam constantemente o estado e o pulso", acrescentou.

"Disseram à imprensa que os garotos deveriam aprender a mergulhar. Esse garotos não comiam, ou dormiam, há dias, como teriam encontrado energia para praticar? Isso era absurdo", criticou.

A célula de crise garantiu, nos dias de espera antes do desfecho, que os mergulhadores que permaneceram com eles antes da evacuação os ensinaram a se familiarizar com o equipamento para mergulhar.

"Precisávamos apenas que soubessem como respirar e não entrar em pânico na água. Precisávamos apenas que se sentissem seguros, que tudo iria bem", completou.

A imagens dos garotos em macas, transportados pelos socorristas, ou retirados em tirolesas na última parte da caverna, são muito impressionantes.

Entre os 13 principais socorristas estão os britânicos Stanton e John Volanthen, que são os que encontraram os garotos a quatro quilômetros da entrada da caverna. Nesse momento, o nível da água era muito alto, e o grupo aguardava sobre uma rocha cercada de água.

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