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Uganda negocia com Israel para receber centenas de refugiados africanos

O governo da Uganda diz que está considerando o pedido de receber refugiados que atualmente estão em Israel

Israel: o país já havia tentado acordo com a Acnur para enviar cerca de 16 mil refugiados para países ocidentais (Nir Elias/Reuters)

Israel: o país já havia tentado acordo com a Acnur para enviar cerca de 16 mil refugiados para países ocidentais (Nir Elias/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de abril de 2018 às 14h05.

Campala - Uganda está negociando com Israel para acolher cerca de 500 refugiados eritreus e sudaneses entre os milhares que o governo israelense quer deportar, informou nesta sexta-feira o secretário de Estado de Preparação para Alívios e Desastres do país africano, Musa Ecweru.

Em comunicado, Ecweru afirmou que os refugiados, antes de sua possível instalação em Uganda, "terão que superar um rigoroso processo de apuração para verificar sua idoneidade para a concessão de asilo no país".

O anúncio aconteceu depois da publicação de informações jornalísticas que falavam que Uganda e Israel tinham assinado um acordo para a transferência dessas pessoas, em troca de apoio militar e econômico israelense para o país africano.

O Executivo de Uganda tinha negado essa informação até hoje, quando o secretário de Estado admitiu que "o governo e o ministério estão considerando positivamente o pedido".

No último dia 3, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cancelou o acordo firmado com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur, na sigla em inglês) para evitar a deportação forçada de 32 mil imigrantes africanos, que previa a permanência de metade dessas pessoas em solo israelense e transferisse os restantes para países ocidentais.

A maioria dos imigrantes e solicitantes de asilo africanos, que chegaram ao território israelense entre 2006 e 2012, vive na zona sul de Tel Aviv.

Parte da população israelense desses bairros vem protestando com firmeza contra a presença de milhares de imigrantes há anos.

Em janeiro, Israel anunciou o plano de deportação em massa que seria aplicado a 32 mil dos 38 mil imigrantes africanos que se estima que há no país, a maioria eritreus e sudaneses, excluindo 6 mil, que são menores de idade ou pais com filhos pequenos, e começaram a entregar as ordens de deportação a partir de fevereiro.

O plano foi alvo de rejeição social, com protestos que reuniram multidões contrárias à medida do governo e membros de todo o espectro da sociedade civil israelense manifestando solidariedade com os imigrantes.

 

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