Mundo

UE vai impor sanções a responsáveis por referendo na Crimeia

Existe possibilidade de se acrescentar novos nomes à lista quando os líderes da UE se reunirem durante a semana


	Habitantes da Crimeia comemoram vitória em referendo: autoridades europeias disseram estar determinadas a pressionar a Rússia por suas ações na Crimeia
 (Viktor Drachev/AFP)

Habitantes da Crimeia comemoram vitória em referendo: autoridades europeias disseram estar determinadas a pressionar a Rússia por suas ações na Crimeia (Viktor Drachev/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 09h00.

Bruxelas - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão concordar em impor sanções contra cerca de 20 pessoas na Rússia e na Crimeia nesta segunda-feira, informaram ministros e autoridades, com a possibilidade de se acrescentar novos nomes à lista quando os líderes da UE se reunirem durante a semana.

Os alvos na primeira fase incluem políticos responsáveis pela organização do referendo de domingo na Crimeia, quando 97 por cento dos eleitores decidiram separar a região da Ucrânia para se juntar à Rússia. A UE diz que o referendo foi ilegal e não reconhece o resultado.

"Estamos falando de aproximadamente cerca de 20 pessoas", disse o ministro das Relações Exteriores tcheco, Lubomir Zaoralek, a repórteres, afirmando que o foco da lista são políticos por trás dos eventos na Crimeia, e não pessoas do mundo dos negócios.

Este deve ser o primeiro grupo e eu não descartaria que esta lista seja ampliada na próxima reunião do Conselho", disse o ministro, referindo-se à cúpula da UE na quinta e sexta.

Autoridades europeias disseram estar determinadas a pressionar a Rússia por suas ações na Crimeia, com a imposição de sanções, incluindo a proibição de viagens e congelamento de bens dos responsáveis. Os Estados Unidos devem tomar medidas semelhantes também nesta segunda.

No entanto, as sanções da UE exigem a unanimidade dos 28 Estados-membros e existem vários países, incluindo a Grécia, Chipre, Itália, Espanha e Portugal, que têm reservas sobre retaliações muito rápidas.

Como resultado, não se espera que o movimento desta segunda-feira seja tão abrangente como inicialmente esperado. No final da semana passada, a União Europeia tinha elaborado uma lista com cerca de 120 a 130 nomes para possíveis sanções, o que agora foi reduzido a cerca de 20.


Há alguns sinais de que a ameaça de sanções está gerando um impacto na Crimeia e na Rússia.

Autoridades na Crimeia pediram formalmente a anexação à Rússia nesta segunda-feira, e o chefe do Parlamento local disse que seriam dispersadas unidades militares ucranianas na península.

O presidente russo, Vladimir Putin, vai discursar em uma sessão conjunta do Parlamento da Rússia na terça-feira, quando possivelmente a separação será formalizada.

Se isso acontecer, é provável que a UE passe à próxima fase de sanções, logo que líderes se reunirem na quinta-feira, com a expansão da lista de nomes, incluindo autoridades políticas e militares russas próximas a Putin.

Mesmo assim, não está claro se Moscou tem qualquer intenção de recuar ou inverter o curso na Crimeia, e há indícios de que poderia ampliar sua influência em regiões de língua russa do leste da Ucrânia.

A UE disse que vai aumentar ainda mais a pressão das sanções se isso acontecer, incluindo a imposição de restrições comerciais e financeiras de maior alcance sobre a Rússia, como as impostas com sucesso contra o Irã.

Embora constantemente ampliando a ameaça de sanções, a UE também tem incentivado a Rússia a negociar diretamente com a Ucrânia.

Em um sinal de que Putin pode estar se preparando para responder a essas chamadas, a Rússia apoiou nesta segunda a criação de um "grupo de apoio" internacional para mediar a crise. Mas informou que um dos objetivos do grupo seria a Ucrânia reconhecer a secessão da Crimeia, inaceitável tanto para Kiev como para a Europa, os Estados Unidos e a maior parte do mundo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaRússiaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Ruanda e República Democrática do Congo assinam acordo em Washington para encerrar conflito

Trump diz que escolherá um presidente do Fed que queira reduzir as taxas

Trump adverte que gostaria de encurtar prazo para selar novos acordos tarifários

Trump não descarta voltar a atacar Irã se houver relatos de novo enriquecimento de urânio