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UE segue 'modelo Trump' e anuncia tarifas de até 50% sobre aço chinês

Ação tem como objetivo proteger empregos e a produção de setores estratégicos, como automóveis e energia renovável

Publicado em 1 de outubro de 2025 às 19h39.

A União Europeia (UE) anunciou um plano para reduzir cotas de importação e aplicar tarifas de até 50% sobre o aço estrangeiro, em um movimento alinhado com medidas adotadas por pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

A iniciativa foi apresentada pelo comissário europeu da indústria, Stéphane Séjourné, durante reunião com líderes e sindicatos do setor, e divulgado pelo Financial Times nesta quarta-feira, 1º.

O objetivo é reduzir o excesso de aço barato proveniente da China, proteger a produção local e empregos, além de fortalecer a posição do bloco em negociações comerciais com os EUA.

Medidas e impactos esperados

Séjourné afirmou que a Comissão Europeia pretende cortar as cotas de importação em quase 50% e aplicar tarifas de até 50% sobre o aço importado. Ao contrário das regras atuais, a nova regulamentação não terá prazo de validade definido.

O bloco espera que a ação convença os EUA a reduzir tarifas sobre produtos europeus enquanto limita a entrada de aço chinês nos mercados globais. No entanto, alguns países e setores — incluindo montadoras — alertam que a medida pode elevar preços e afetar a competitividade.

Atualmente, a UE importa cerca de 28 milhões de toneladas de aço por ano, o equivalente a um quarto do consumo total do bloco. O setor siderúrgico enfrentou cortes de 18 mil empregos em 2024, somando 90 mil desde 2008, e estima-se que até 2,3 milhões de empregos indiretos estejam em risco, segundo a Eurofer.

Controvérsias e desafios na implementação

Agora, a regulamentação precisa da aprovação do Parlamento Europeu e da maioria dos Estados-membros. França e outros 10 países solicitaram a iniciativa, enquanto alguns Estados expressaram preocupação com impactos inflacionários e aumento de custos para fabricantes.

A associação de montadoras da Europa defende que a medida seja temporária e passível de revisão.

O aço europeu é essencial para setores estratégicos, como carros elétricos, turbinas eólicas e sistemas de energia renovável, fundamentais para os planos do bloco de reduzir emissões de carbono.

Segundo Maroš Šefčovič, comissário de Comércio da UE, as negociações com os EUA visam garantir que qualquer cota tarifária beneficie aço produzido na região, evitando que a União Europeia seja usada como porta de entrada para o metal chinês.

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