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UE se prepara para faxina geral em parque nuclear

Europeus concordaram que usinas nucleares que não passarem nos testes de segurança serão fechadas

Nicolas Sarkozy confirmou que as usinas francesas reprovadas serão fechadas (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Nicolas Sarkozy confirmou que as usinas francesas reprovadas serão fechadas (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 16h27.

Bruxelas - A União Europeia se prepara para realizar uma grande limpeza em seu parque de usinas nucleares, com testes de segurança para eliminar, se necessário, as instalações mais vulneráveis, a fim de limitar os riscos de um acidente como o ocorrido no Japão.

"Se uma usina (francesa) não passar nesses testes, ela será fechada", garantiu o chefe de Estado francês Nicolas Sarkozy nesta sexta-feira, ao final de uma cúpula europeia em Bruxelas.

Um grande compromisso, já que a França opera 58 dos 143 reatores em atividade em 14 dos 27 países membros da UE.

Além disso, 34 destas instalações possuem mais de 30 anos, como a usina de Fessenheim, perto de Mulhouse (leste), situada em uma zona sísmica e cujo fechamento é reivindicado há anos por ambientalistas.

A chanceler alemã Angela Merkel e o chefe do governo espanhol José Luis Zapatero concordam.

"Nós não podemos fingir que nada aconteceu" no Japão, destacou Merkel. A alemã já decidiu suspender por três meses o funcionamento de sete de 17 reatores do país.

"Se uma usina não passar no teste e ficar evidente que não podemos fazer nada, é lógico que ela será fechada", explicou Zapatero. A Espanha tem seis usinas e nove reatores.

Especialistas atômicos da Comissão Europeia e do Grupo de Reguladores Europeus ENSRG, uma instância independente criada em 2007, vão se reunir a partir de segunda-feira para definir as normas e suas modalidades.

As primeiras propostas são esperadas para abril e um catálogo de critérios de segurança deve ser elaborado para os meses de junho, informou a Comissão.

"Queremos as normas de seguranças mais elevadas possíveis", insistiu o presidente da UE, Herman van Rompuy. O comissário de Energia Gunther Oettinger se disse convencido de que "vários reatores não satisfariam essas altas normas de segurança".

Mas quem realizará os testes e decidirá sobre a eliminação de uma usina? A questão não foi resolvida, reconheceu o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

Os desafios são grandes. Há 24 projetos de reatores encaminhados na UE, desses, seis já estão em construção: dois na Bulgária, um na Finlândia, outro na França e os últimos dois na Eslováquia.

A França espera continuar a vender sua tecnologia nuclear e implementar os novos critérios de segurança para exportar.

Mas o acidente na usina de Fukushima no Japão jogou um balde de água fria na energia atômica e reavivou temores.

Merkel afirmou que queria ver a Alemanha livre da energia nuclear o mais rápido possível e a Itália iniciou um ano de reflexão para decidir se irá voltar ou não à atividade, abandonada em 1987 após um referendo.

O fim da energia nuclear não é para amanhã: "Cerca de 30% da eletricidade da Europa é proveniente de usinas nucleares e a energia vai continuar uma fonte de curto prazo, e também médio e longo", defendeu Gunther Oettinger.

Ainda traumatizada pela catástrofe de Chernobyl de 1986 na Ucrânia, a UE quer também obrigar seus vizinhos a serem transparentes.

"Nós devemos assegurar que todos na Europa" aceitam as normas estritas, afirmou Oettinger, e isso inclui os vizinhos Suíça, Rússia, Ucrânia, Belarus e até mesmo a Turquia, onde três projetos estão saindo do papel.

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