Mundo

UE se prepara para adiar Brexit até julho, diz jornal britânico

A UE espera nas próximas semanas o Reino Unido lhe informe a intenção de estender a vigência do artigo, que a principio seria no dia 29 de março

Parlamento britânico com algumas bandeiras da União Europeia em protesto anti-Brexit (Toby Melville/Reuters)

Parlamento britânico com algumas bandeiras da União Europeia em protesto anti-Brexit (Toby Melville/Reuters)

E

EFE

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 13h05.

Londres - A União Europeia (UE) está se preparando para adiar o Brexit até julho ao concluir que é pouco provável que o parlamento do Reino Unido aprove amanhã o acordo negociado entre Londres e Bruxelas, informou nesta segunda-feira o jornal britânico "The Guardian".

O bloco europeu considera que a data da saída britânica em 29 de março, estabelecida em virtude do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, pode não se concretizar diante dos problemas da primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, para fazer com que os deputados votem a favor do texto, segundo a publicação.

A UE espera nas próximas semanas que Londres lhe informe a intenção de estender a vigência do artigo, que estabelece um período de negociação de dois anos desde o momento em que o Reino Unido notificou oficialmente sua intenção de deixar a união, em 29 de março de 2017.

Tudo indica que o acordo negociado por May, que estabelece um período de transição que vai de 29 de março de 2019 até o fim de 2020, será rejeitado amanhã pela Câmara dos Comuns devido ao descontentamento que o pacto gerou entre os parlamentares conservadores mais eurocéticos e da oposição.

De acordo com o jornal britânico, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, espera convocar uma reunião dos líderes dos países da UE para abordar o adiamento do Brexit, uma vez que o Reino Unido informar à Bruxelas sua intenção de ampliar a vigência do Artigo 50 para além de 29 de março.

Um eventual adiamento do "divórcio" até julho ajudaria May a contar com mais tempo para revisar o atual acordo de maneira que permita contar com os votos suficientes dos deputados para superar o trâmite parlamentar.

Uma fonte da UE disse ao "The Guardian" que se a primeira-ministra "informar (ao bloco) que necessita de mais tempo para ganhar apoio parlamentar para o acordo, será oferecida uma extensão técnica (do Brexit) até julho".

Inclusive, fontes do bloco europeu se mostraram favoráveis a oferecer um segundo adiamento do Brexit se houver eleições gerais no Reino Unido, ou um possível segundo referendo europeu, segundo o jornal britânico.

Espera-se que a Comissão Europeia dê hoje garantias de que o mecanismo de 'backstop' contido no acordo e pensado para evitar uma fronteira entre as duas Irlandas será temporário, já que a possibilidade de o mesmo ser indefinido criou inquietação entre muitos deputados britânicos.

Vários legisladores manifestaram sua oposição ao mecanismo de 'backstop' porque temem que essa cláusula deixe o Reino Unido preso às estruturas da UE contra sua vontade, caso Londres e Bruxelas demorem mais tempo que o esperado para carimbar um acordo comercial e de segurança entre ambas as partes.

Caso perca a votação de amanhã, como se espera, May será obrigada a apresentar em um prazo de três dias úteis parlamentares (até segunda-feira 21) um plano alternativo do Brexit.

O parlamento está mais dividido do que nunca sobre os passos a serem seguidos e sobre o plano negociado entre Londres e Bruxelas. EFE

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoTheresa MayUnião Europeia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo