Chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton: "a UE se opõe ao uso da pena capital em todos os casos", disse (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2013 às 09h29.
Bruxelas - A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, ressaltou nesta quinta-feira a rejeição da União Europeia à pena de morte por ocasião da execução no estado da Flórida do réu John Errol Ferguson, condenado à morte por oito assassinatos e que sofria de esquizofrenia.
Ashton lamentou em comunicado que a execução de Ferguson tenha acontecido no dia 5 de agosto, apesar ao pedido de seu advogado de comutar a pena devido à esquizofrenia paranoide de que sofria havia 40 anos.
"A União Europeia reconhece a gravidade do crime em questão e expressa seus mais sinceros pêsames à família e amigos das vítimas sobreviventes", sustentou a alta representante comunitária.
"No entanto, a UE se opõe ao uso da pena capital em todos os casos e sob todas as circunstâncias, e pede uma moratória mundial como o primeiro passo para sua abolição universal", enfatizou.
Ashton lembrou, além disso, que "com a pena de morte, qualquer erro da justiça, do que nenhum sistema legal é imune, representa uma perda irreversível da vida humana".
A execução de Errol Ferguson havia sido adiada em duas ocasiões depois que sua defesa recorreu ao Tribunal Supremo por considerar que a doença do presidiário impossibilitava a pena máxima.
Os advogados de Errol defendiam que a Suprema Corte dos Estados Unidos estabeleceu em 1986 que é inconstitucional executar um réu que não tenha a capacidade para entender sua sentença.
No entanto, um grupo de psiquiatras avaliou ao réu a pedido da defesa e determinou que, ainda quando o prisioneiro acredita que é o "príncipe de Deus" e que ressuscitará, também entendia que ia a ser executado e os motivos pelos quais foi condenado a morrer.
Ferguson foi condenado pelo assassinato de seis pessoas em Carol City em julho de 1977 e de outras duas em 1978 em Hialeah, ambas, cidades no sul da Flórida.