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UE reforça sanções à Síria diante de ameaça química

As conclusões aprovadas pelos ministros comunitários fazem insistência à "grave preocupação" pelo "potencial uso de armas químicas na Síria"

Membros do exército sírio: o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, pediu um maior "apoio prático" à oposição (AFP)

Membros do exército sírio: o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, pediu um maior "apoio prático" à oposição (AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2012 às 16h07.

Bruxelas - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram nesta segunda-feira uma medida de reforço ao controle do embargo de armas à Síria e de ampliação das sanções aos aliados à repressão do regime de Bashar al Assad, enquanto o clima de preocupação aumenta em Damasco diante do possível uso de armas químicas contra civis.

"A existência de armas químicas em qualquer zona de conflito é motivo de preocupação", afirmou a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, após o Conselho de Relações Exteriores da UE realizado em Bruxelas.

A alta representante europeia descartou que exista uma "preocupação imediata" sobre a utilização desse tipo de armas contra civis, afirmando que o assunto "não está estritamente ligado" ao embargo de armas que a UE aplica à Síria desde maio de 2011, o "qual possui a intenção de evitar um aumento da violência".

Durante a realização do Conselho algumas declarações chamaram mais atenção, como a do porta-voz das Relações Exteriores da Síria, Jihad Maqdisi, que negava que o regime fosse usar armas químicas no interior da Síria, apesar de condicionar seu uso a um eventual ataque por parte das forças internacionais.

Por outro lado, as conclusões aprovadas pelos ministros comunitários fazem insistência à "grave preocupação" pelo "potencial uso de armas químicas na Síria" e também sublinham uma inquietação coletiva pela contínua entrada de armas no país.

Na opinião do secretário de Estado espanhol das Relações Exteriores, Gonzalo de Benito, o uso de armas químicas por regime de Assad "é um risco que está aí", embora tenha especificado que "é de se esperar que o regime não seja tão irresponsável a ponto de recorrer a esse tipo de instrumento contra sua própria população".

Além disso, Benito ressaltou que "também não é previsível que haja uma intervenção exterior" na Síria, o que já poderia descartar o uso de armas químicas por parte do regime Assad.


No encontro de hoje, os ministros europeus deram sinal verde ao congelamento de bens e também proibiram 26 novas personalidades próximas ao regime sírio de deixarem o país para seguir para Europa. Segundo adiantou o ministro luxemburguês das Relações Exteriores, Jean Asselborn, todos são suspeitos de terem cometido torturas contra civis.

A lista de sancionados também inclui mais três entidades, entre elas a companhia aérea nacional síria, que já não poderá operar na Europa, segundo Asselborn.

Desta forma, depois que essas novas medidas restritivas forem publicadas no Diário Oficial da UE e entrarem em vigor, as sanções comunitárias passarão a afetar 155 pessoas e 52 entidades, todos acusados de apoiar a repressão do regime de Assad.

Além de aumentar as sanções sobre os aliados do presidente sírio, os Estados-membros também concordaram com a obrigação de inspecionar aviões e navios suspeitos de transportar armas à Síria, assim como o cargueiro russo que em janeiro foi abordado em uma escala no Chipre e que supostamente levava quatro contêineres com munições à Síria.

De forma paralela, os ministros europeus também começam a olhar em direção à transição política na Síria, um fato que poderia estar "muito próximo" - como disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Espanha. Segundo Benito, os últimos eventos no país, especialmente o atentado que resultou na morte da cúpula de Defesa da Síria, podem comprovar esta situação.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, pediu um maior "apoio prático" à oposição, além de começar a preparar o país para a transição e para a era posterior à queda de Assad, enquanto o ministro alemão Michael Link ressaltou que "o tempo se esgota" para o presidente sírio, que "cada vez perde mais terreno".

Enquanto o momento da transição não chega, e a China e Rússia continuam vetando qualquer resolução contundente no Conselho de Segurança da ONU, a UE segue apoiando o plano de seis pontos do mediador internacional Kofi Annan como a melhor maneira de conseguir uma solução negociada ao conflito.

Ao mesmo tempo, os ministros também solicitaram à oposição que siga estreitando laços, reduzindo diferenças e seguindo com perspectiva de futuro para o país, sendo representados por todos os grupos e minorias.

Por último, os ministros das Relações Exteriores da UE destacaram a necessidade de ampliar a ajuda humanitária à população síria e, especialmente, aos refugiados nos países vizinhos. 

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