Theresa May e Jean-Claude Juncker: líderes da UE terão uma reunião de cúpula em Bruxelas nos próximos dias 14 e 15 sobre o Brexit (Yves Herman/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 06h29.
Bruxelas - A União Europeia e o Reino Unido fecharam um acordo nesta sexta-feira sobre os termos do Brexit, como é conhecido o processo de retirada do país do bloco, após seis meses de tensas negociações, abrindo caminho para que o diálogo avance para um futuro pacto comercial.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, fizeram o anúncio do acordo em Bruxelas.
Segundo Juncker, a equipe de negociadores da comissão irá agora recomendar formalmente que os líderes da UE concordem em avançar para a segunda fase das conversas do Brexit quando se reunirem na próxima semana.
"Acredito que agora alcançamos o progresso que precisávamos", declarou Juncker.
O acordo sobre os termos do divórcio, que inclui um acerto financeiro pelo Brexit, os futuros direitos de cidadãos residentes no Reino Unido e evitar a restauração de uma "fronteira dura" na Irlanda, significa que autoridades da UE provavelmente concordarão que as discussões sigam adiante.
Líderes da UE terão uma reunião de cúpula em Bruxelas nos próximos dias 14 e 15. Se derem seu aval, conversas sobre um futuro pacto comercial e sobre o período de transição após o Brexit poderão ter início poucas semanas depois.
Em junho de 2016, os britânicos votaram por retirar o Reino Unido da UE. A data planejada para concluir o divórcio é março de 2019. May já afirmou que o Reino Unido pedirá um período de transição de dois anos após o Brexit para evitar um forte impacto na economia britânica.
Representantes da UE têm dito que pode demorar anos até que seja fechado um acordo comercial. Um eventual pacto só poderá ser assinado depois que o Reino Unido deixar o bloco.
Falando logo após Juncker, May confirmou que o texto conjunto da UE e do governo britânico teve avanços significativos e se compromete a manter a integridade econômica e constitucional do Reino Unido.
A premiê também afirmou que o Reino Unido garantirá que não haja uma "fronteira dura" na Irlanda do Norte.