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UE reabrirá delegação em Damasco após primeiros contatos com novas autoridades da Síria

Lideranças esperam que o bloco econômico tenha engajamento construtivo e faça contribuição na região

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 17h36.

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A União Europeia reabrirá sua delegação em Damasco, capital da Síria, após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad e os primeiros contatos diplomáticos com as novas autoridades do país, anunciou nesta terça-feira, 17, a alta representante da UE para Assuntos Exteriores e Segurança, Kaja Kallas.

“Estamos prontos para reabrir nossa delegação, que é a embaixada europeia, e queremos que ela esteja totalmente operacional novamente”, declarou Kallas em um debate no plenário do Parlamento Europeu, onde descreveu esse passo como “muito importante”.

A política estoniana espera que, dessa forma, a UE possa ter um “engajamento realmente construtivo”, fazer contribuições e ter informações no local.

Ela também lembrou que a UE continua sendo a maior doadora de ajuda humanitária para o povo sírio, a quem ela garantiu que apoiará durante essa transição política, como fez “durante o governo brutal de Assad”.

Na segunda-feira, Kallas ordenou que o principal diplomata da UE para a Síria viajasse a Damasco para as primeiras conversas com as novas autoridades após o colapso do regime de Assad no dia 8, pelas mãos de insurgentes liderados pela Organização Islâmica para Libertação do Levante (HTS), após apenas 12 dias de ofensiva.

Atualmente, a delegação da UE para a Síria opera principalmente a partir de Beirute.

Kallas explicou que pediu ao chefe da delegação que viajasse à capital síria para “primeiros contatos construtivos com a nova liderança e outros grupos, inclusive da sociedade civil”.

“Não podemos deixar um vácuo na Síria, temos que evitar os erros que cometemos com a Líbia, com o Afeganistão, e temos que estar lá também”, afirmou.

“A UE tem que estar presente, já começamos a ter um processo de engajamento cauteloso com Damasco para pressionar por uma abordagem inclusiva e tolerante”, acrescentou.

Em sua opinião, a UE tem “a oportunidade de realmente causar impacto na região”, e defendeu “acompanhar de perto os próximos passos”.

Mais cedo, durante o debate parlamentar, Kallas enfatizou que estava “cautelosamente otimista” sobre o futuro da Síria.

“A queda do regime de Assad marca o início de um novo capítulo para o povo sírio e para todo o Oriente Médio”, disse.

Os ministros das Relações Exteriores da UE se reuniram ontem em Bruxelas e endossaram os “princípios fundamentais” acertados no fim de semana na Jordânia por UE, Turquia, EUA, ONU, principais atores regionais e vizinhos da Síria, lembrou Kallas.

Ela também se referiu à construção de instituições, à luta contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), à destruição de armas químicas e à responsabilização pelos crimes cometidos pelo regime de Assad como questões importantes.

“Temos um interesse fundamental no sucesso da transição síria”, afirmou Kallas, que defendeu a se começar a pensar em uma possível revisão do regime de sanções europeias para apoiar a recuperação da Síria.

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