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UE pressiona Itália por reformas durante cúpula sobre crise

Objetivo é concordar até quarta-feira sobre como reduzir o montante de dívida da Grécia

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, fizeram uma reunião privada com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi (John Thys/AFP)

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, fizeram uma reunião privada com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2011 às 09h20.

Bruxelas - Os líderes da União Europeia aumentaram a pressão neste domingo para que a Itália acelere reformas econômicas e consiga evitar uma crise no estilo da Grécia.

O bloco dava início a uma cúpula crucial de duas partes, convocada para salvar a zona do euro do aprofundamento da crise de dívida soberana.

O objetivo é concordar até quarta-feira sobre como reduzir o montante de dívida da Grécia, fortalecer os bancos europeus, melhorar a governança econômica na área do euro e maximizar o poder do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF), para impedir que economias maiores sejam contagiadas pela crise.

Antes que os 27 líderes começassem negociações sobre um plano abrangente para amenizar a crise, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, fizeram uma reunião privada com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, segundo autoridades da região.

Diplomatas disseram que eles queriam intensificar a pressão para que Roma implemente reformas estruturais no mercado de trabalho e no sistema previdenciário para ampliar o potencial de crescimento econômico do país e tranquilizar os investidores preocupados com a enorme proporção de endividamento do Estado, que só é menor que a da Grécia.

Uma fonte do governo alemão disse que Merkel e Sarkozy ressaltaram "a necessidade urgente de medidas críveis e concretas de reforma nos Estados da área do euro", sem as quais quaisquer medidas coletivas da UE seriam insuficientes.


Merkel advertiu, em discurso no sábado, que se a dívida da Itália continuar em 120 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), "então não importará quão grande seja o muro protetor, porque não irá ajudá-los a reconquistar a confiança dos mercados." Neste domingo, chegando para as reuniões da cúpula da UE, a líder da maior economia da Europa minimizou expectativas de um grande progresso, dizendo a repórteres que decisões só serão tomadas na quarta-feira.

Antes deste dia, Merkel precisa garantir apoio parlamentar na sua fragmentada coalizão de centro-direita em Berlim para medidas impopulares de salvamento da zona do euro.

Empréstimos à Grécia

Os ministros das Finanças fizeram progresso em reuniões preparatórias na sexta-feira e no sábado, concordando em liberar um empréstimo emergencial de 8 bilhões de euros para a Grécia e buscar um desconto maior na dívida grega para investidores privados.

Eles também concordaram em princípio sobre uma estrutura para recapitalizar os bancos europeus. Reguladores bancários disseram que custará pouco mais de 100 bilhões de euros para ajudá-los a suportar prejuízos em bônus soberanos, embora alguns detalhes continuem sendo disputados.

Sarkozy, que discordou fortemente de Merkel na semana passada, pressionando para colocar o Banco Central Europeu (BCE) na linha de frente do combate à crise, disse após outro encontro com a chanceler, no sábado, que espera um avanço até o meio da semana.

"Entre agora e quarta-feira uma solução precisa ser encontrada, uma solução ambiciosa, uma solução definitiva", afirmou Sarkozy. "Não há outra escolha." (Reportagem adicional de Andreas Rinke, John O'Donnell, Harry Papachristou e Illona Wissenbach)

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