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UE precisa de estratégia a longo prazo para Rússia, diz Tusk

Estimando que a Ucrânia é "vítima de uma espécie de invasão", Tusk afirmou que a UE deve "ir mais além de uma resposta reativa e defensiva"

Donald Tusk: "Temos a necessidade de uma estratégia de longo prazo. Isto exigirá planos para vários anos, e não apenas para semanas, ou meses" (John Thys/AFP)

Donald Tusk: "Temos a necessidade de uma estratégia de longo prazo. Isto exigirá planos para vários anos, e não apenas para semanas, ou meses" (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2014 às 07h50.

Bruxelas - A União Europeia (UE) deve elaborar uma estratégia "de longo prazo" em relação à Rússia, afirmou nesta quinta-feira o novo presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk.

"Temos a necessidade de uma estratégia de longo prazo", declarou Tusk ao final da Cúpula Europeia de Bruxelas.

"Isto exigirá planos para vários anos, e não apenas para semanas, ou meses", disse Tusk, insistindo na necessidade de a UE manter uma "posição comum" diante da crise ucraniana e da Rússia.

Estimando que a Ucrânia é "vítima de uma espécie de invasão", Tusk afirmou que a UE deve "ir mais além de uma resposta reativa e defensiva".

"Nosso enfoque deve estar de acordo com nossas ambições e com nosso potencial (...). Temos de voltar a ter confiança em nós como europeus e reconhecer nossa própria força", afirmou.

"Quando falamos de Rússia e de Ucrânia, falamos de nós, do que a UE significa, do que é a verdadeira dimensão da nossa solidariedade", completou.

Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, destacou que "continuamos condenando, da maneira mais forte", a atitude russa.

"Mas estou certo de que devemos deixar a porta aberta ao diálogo e ao debate com a Rússia", comentou Juncker, ressaltando que conhece o presidente Vladimir Putin "há muitos anos".

Nas conclusões publicadas após a cúpula, os mandatários comemoraram a formação de um novo governo na Ucrânia e saudaram sua "determinação para levar as reformas necessárias adiante".

Os líderes expressaram ainda sua "grande preocupação" com a situação no leste da Ucrânia e advertiram que estão dispostos a adotar medidas adicionais, "se necessário", mas não citaram novas sanções contra a Rússia.

Mais cedo, o presidente francês, François Hollande, evocou a perspectiva de uma redução das sanções impostas pela UE caso Moscou envie os sinais que se esperam.

"Se a Rússia entrar no processo de uma solução à crise na Ucrânia, não há razão para que continuemos com esta situação", indicou Hollande ao chegar a uma cúpula.

Hollande declarou que a UE sabia que "as sanções teriam um impacto, um impacto na Rússia, mas também na Europa".

Quando a UE elaborou as sanções econômicas e setoriais contra a Rússia, cada membro do bloco transmitiu à Comissão uma estimativa do impacto delas em suas economias.

O número não foi divulgado, mas o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, indicou há pouco mais de uma semana que o custo para a UE será em dois anos de 90 bilhões de dólares.

A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, convocou Putin a realizar uma "mudança radical em sua atitude em relação ao resto do mundo".

Putin "deve refletir seriamente sobre a necessidade de introduzir uma mudança radical em sua atitude", estimou Mogherini ao chegar para a cúpula em Bruxelas.

Mogherini acrescentou que a "situação financeira difícil" atravessada pela Rússia, parcialmente imputada por Putin aos efeitos das sanções ocidentais contra Moscou, "não são boas notícias para os russos", mas também não "para a Ucrânia, nem para a UE e o resto do mundo".

Sobre a Ucrânia, Mogherini indicou "que é hora de todas as partes, Rússia em primeiro lugar, aplicarem os acordos de Minsk", que preveem uma solução política para a crise.

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