Mundo

UE pede que Rússia e Irã levem a Síria à mesa de negociações

A União Europeia pediu que aos aliados do regime sírio que comecem a negociar para acabar com a Guerra na Síria

UE: mais de 350 mil pessoas já morreram na Síria desde 2011 (Francois Walschaerts/Reuters)

UE: mais de 350 mil pessoas já morreram na Síria desde 2011 (Francois Walschaerts/Reuters)

A

AFP

Publicado em 25 de abril de 2018 às 15h59.

A União Europeia (UE) fez um apelo para que Rússia e Irã pressionem o regime de Damasco, do qual são aliados, a se comprometer com negociações para acabar com a guerra civil na Síria, no momento em que a comunidade internacional promete bilhões de dólares para ajudar os civis no conflito.

"Precisamos em particular que Rússia e Irã pressionem Damasco para que aceite sentar-se à mesa com a mediação da ONU", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, ao chegar à conferência de doadores em Bruxelas, o sétimo encontro do tipo.

Para a UE, a única maneira de alcançar a paz neste conflito, que desde março de 2011 deixou mais de 350.000 mortos e milhões de de deslocados, passa por um "processo político" com a mediação da ONU, destacou Mogherini.

Os europeus desejam retomar as conversações lideradas pela ONU em Genebra que avançaram pouco após oito encontros, em parte pela falta de interesse do regime sírio de Bashar al-Assad. Rússia, Irã e Turquia iniciaram um processo de negociações à parte em Astana.

As declarações foram feitas no segundo dia da conferência sobre o futuro da Síria em Bruxelas, com a participação de mais de 80 países, grupos de ajuda e organismos da ONU.

No primeiro dia, o enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, advertiu para o risco de uma catástrofe humanitária iminente na região de Idlib, um reduto rebelde que pode se tornar o próximo alvo do regime após recuperar o enclave de Ghuta Oriental.

O Reino Unido, representado pela secretária de Estado para o desenvolvimento internacional Penny Mordaunt, vai centrar sua intervenção na conferência na Rússia, que enviou a seu embaixador na ONU, Vladimir Chizhov.

"Ao exercer seu veto na ONU em 12 ocasiões (em resoluções) sobre a Síria, (a Rússia) deu sinal verde a Assad para cometer atrocidades (...) contra seu próprio povo", dirá Mordaunt, segundo seu escritório, semanas depois do suposto ataque químico na cidade de Duma.

Falta de recursos

Para a ajuda humanitária na Síria são necessários 3,5 bilhões de dólares e outros 5,6 bilhões de dólares para apoiar os refugiados nos países vizinhos.

Parte do dinheiro já foi arrecadado, mas Mark Lowcock, chefe do escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), indicou à AFP que a expectativa é arrecadar pelo menos 8 bilhões de dólares.

Se esta meta não for alcançada, alguns programas deverão ser cortados. "Estamos desesperadamente sem recursos", apontou na terça-feira. O OCHA conseguiu arrecadar apenas metade dos fundos que precisava em 2017, afirmou.

Londres e Berlim lideram as promessas de fundos nesta quarta-feira, com 630 milhões de dólares para 2018 e outros 420 milhões de dólares para 2019 aportados pelo Reino Unido. A Alemanha expressou sua vontade de aportar mais de 1,2 bilhão de dólares até 2020.

Dentro da Síria existem cerca de 6,1 milhões de pessoas deslocadas, e mais de 5 milhões de sírios fugiram do país. Além disso, 13 milhões de pessoas precisam de ajuda, destaca a UE.

 

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadGuerra na SíriaIrã - PaísRússiaSíriaUnião Europeia

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'