Mundo

UE nega 'legitimidade democrática' da reeleição de Maduro na Venezuela

Maduro foi declarado vencedor nas eleições de 28 de julho, mas a oposição garante ter provas de que o resultado foi fraudado

 Nicolás Maduro: UE não reconhece reeleição do presidente por falta de legitimidade democrática (Pedro Rances Mattey/AFP)

Nicolás Maduro: UE não reconhece reeleição do presidente por falta de legitimidade democrática (Pedro Rances Mattey/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 17h54.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse, nesta quinta-feira, 29, que o bloco não reconhece a "legitimidade democrática" da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.

Maduro "continuará presidente, sim, de fato. Mas não reconhecemos legitimidade democrática baseada em resultados [eleitorais] que não podem ser verificados", declarou Borrell ao final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.

Maduro foi declarado vencedor nas eleições de 28 de julho, mas a oposição garante ter provas de que o resultado foi fraudado.

"Consideramos que a vitória eleitoral que ele proclama não foi provada. E como não foi provada, não temos por que acreditar nela. E se eu não acredito que ele ganhou as eleições, não posso reconhecer a legitimidade democrática proporcionada pelas eleições", declarou Borrell.

Oposição contesta resultados

O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, participou da reunião em Bruxelas por videoconferência e apresentou um quadro da situação em seu país.

Diante do impasse, o alto representante para a política externa da UE declarou que o bloco "tem pedido repetidamente as atas [eleitorais]. Mas, um mês depois, não há esperança de que Maduro as apresente. É tarde demais para continuar pedindo isso", declarou.

Os ministros europeus concordaram em não reconhecer a proclamada vitória eleitoral de Maduro, mas não houve unanimidade para atribuir o triunfo à oposição.

Sem acordo sobre sanções

De acordo com uma fonte diplomática, os países decidiram "intensificar o diálogo com os atores regionais, especialmente com Brasil e Colômbia".

Em relação à Venezuela, Borrell lembrou que, "na vida diplomática, os governos não são reconhecidos, mas sim os Estados".

"Temos embaixada na Venezuela. Temos embaixada na Nicarágua. Você acredita que reconhecemos a legitimidade democrática do senhor Daniel Ortega? Não. Mas temos embaixadas e interagimos", afirmou.

Os ministros também discutiram a possibilidade de ampliar a lista de sanções a autoridades venezuelanas, mas não chegaram a um acordo.

"Temos 55 figuras políticas da Venezuela já sancionadas. Entre elas a vice-presidente [...] e aquele que hoje é o ministro do Interior. Ou seja, já chegamos quase à cúpula mais alta", declarou.

A UE tem prevista uma reunião com os países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em 2025, na Colômbia.

De acordo com Borrell, o bloco europeu não pode determinar quem será convidado ou não para a cúpula.

"A Celac convida quem ela acha que quer convidar. Nós não decidimos quem deve ser convidado ou não", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaNicolás MaduroUnião Europeia

Mais de Mundo

Ex-presidente argentino Fernández obrigou Yáñez a abortar, declara ex-cunhada

Coordenadora de campanha de Kamala adverte que retórica de Trump tem consequências reais

Governo argentino obriga linhas aéreas a garantirem 50% do serviço durante greves no país

Suspeito por nova tentativa de assassinato de Trump é indiciado por posse ilegal de armas