Mundo

UE mantém cautela sobre atuação da China em negociações de paz entre Ucrânia e Rússia

Os aliados dos EUA na Europa devem afirmar sua autonomia e exigir um cessar-fogo imediato

Soldado ucraniano em Bakhmut, leste do país (AFP/AFP)

Soldado ucraniano em Bakhmut, leste do país (AFP/AFP)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 27 de maio de 2023 às 13h34.

O enviado especial chinês Li Hui, responsável por promover o plano de paz da China para a Ucrânia, está transmitindo uma mensagem de que os aliados dos EUA na Europa devem afirmar sua autonomia e exigir um cessar-fogo imediato, deixando a Rússia em posse das partes ucranianas que agora ocupa.

No entanto, autoridades ocidentais afirmaram que a paz seria não seria possível até que as tropas russas se retirassem, informaram fontes familiarizadas com as negociações nas capitais de todo o continente europeu. Representante especial de Pequim para assuntos da Eurásia e ex-embaixador chinês na Rússia, Li Hui pediu aos governos europeus que vejam a China como uma alternativa econômica a Washington e alertou sobre a necessidade de encerrar o conflito antes que ele se espalhe, afirmaram as fontes.

Embora digam que ainda é muito cedo para dispensar os esforços chineses, as autoridades ocidentais questionam a capacidade da China de atuar como intermediária honesta, devido à sua estreita aliança com Moscou. Os principais interesses da China parecem ser garantir que a Rússia não perca a guerra e que Moscou se abstenha de usar armas nucleares, disse uma das fontes.

O enviado especial chinês Li Hui visitou a Ucrânia e deve viajar para Moscou

Li visitou a Ucrânia, Polônia, França, Alemanha e Bélgica, sede das instituições da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e deveria viajar para Moscou nesta sexta-feira. O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

"Explicamos que o congelamento do conflito não é do interesse da comunidade internacional, a menos que haja a retirada das tropas russas", afirmou um diplomata que conversou com Li. O representante chinês também teria sido informado de que "é impossível separar a Europa da América" e que a Europa não retiraria o apoio da Ucrânia.Autoridades da UE e dos EUA devem discutir as relações comerciais com a China durante uma reunião de alto nível do Conselho de Comércio e Tecnologia, no norte da Suécia, na próxima semana.

Acompanhe tudo sobre:Estadão - InternacionalChinaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Peru decreta emergência em três regiões afetadas por incêndios florestais

Putin reconhece que residentes das regiões fronteiriças estão enfrentando dificuldades

Rival de Maduro na Venezuela diz que assinou documento sob 'coação' e o considera nulo

Príncipe saudita descarta acordo com Israel sem reconhecimento do Estado palestino