O primeiro-ministro da Grécia, Giorgos Papandreou: governo vai reduzir de 24% para 20% o tributo sobre o lucro de empresas para estimular a economia (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2010 às 12h18.
Atenas - Uma delegação de analistas da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou nesta segunda-feira, em Atenas, visita para determinar se a Grécia está cumprindo seus compromissos de economia e redução do déficit.
A rede pública grega "Net" informou que o grupo de auditores iniciou hoje reuniões com altos funcionários do Governo para debater o conteúdo dos Orçamentos estatais de 2011, que serão apresentados ao Parlamento grego no dia 4 de outubro.
Até lá, a missão internacional deve ter uma perspectiva clara sobre as receitas e despesas do Estado grego, que este ano terá um déficit fiscal de 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e prevê reduzi-lo para 7,6% em 2011. Em 2009, o déficit foi de 13,6%.
Vários analistas consultados pela imprensa grega indicam que o resultado do exame dependerá se o Governo segue a orientação de especialistas internacionais para promover novas medidas de austeridade.
O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, reconheceu, no domingo à noite, em entrevista coletiva, que existe um buraco orçamentário de 1,5 bilhão de euros, mas disse que não apertará "ainda mais o cinto enquanto continuarem os bons resultados das medidas assumidas".
Papandreou anunciou que vai diminuir de 24% para 20% a taxa que incide sobre o lucro das empresas, com a ideia de encorajar a competitividade e dar impulso à atividade econômica.
Os especialistas internacionais analisarão a estratégia da economia em política social, na saúde e nas empresas públicas, muitas delas com enormes dívidas.
O elevado déficit público e a arrasadora dívida de 330 bilhões de euros levaram a Grécia a solicitar ajuda à zona do euro e ao FMI para evitar a quebra.
Desde que foi aprovado o pacote de resgate, em maio, Atenas recebeu 29 bilhões dos 110 bilhões de euros previstos até o ano 2013.
A estratégia de austeridade suscitou numerosas greves e paralisações, a última delas protagonizada por caminhoneiros, em ato contra os planos do Governo de desmantelar o monopólio no setor de transportes.
Além disso, os funcionários das ferrovias anunciaram paralisação de 24 horas para esta terça-feira, em protesto contra o plano de privatização da empresa ferroviária estatal.
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