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UE exige saber toda a verdade sobre espionagem dos EUA

Vários líderes de países da União Europeia expressaram a preocupação pela suposta espionagem americana aos governos e cidadãos europeus


	União Europeia: "não podemos tolerar a dúvida", disse o primeiro-ministro da Itália
 (Georges Gobet/AFP)

União Europeia: "não podemos tolerar a dúvida", disse o primeiro-ministro da Itália (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 13h41.

Bruxelas - Vários líderes de países da União Europeia expressaram nesta quinta-feira a preocupação pela suposta espionagem americana aos Governos e cidadãos europeus e exigiram conhecer toda a verdade.

As últimas informações sobre as atividades da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) e, especialmente as supostas escutas à chanceler alemã, Angela Merkel, centraram a atenção dos chefes de Estado e do Governo dos vinte E oito durante a chegada à cúpula que está sendo realizada em Bruxelas.

A própria Merkel ressaltou que "espionar os amigos e aliados é totalmente inaceitável", e exigiu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tome medidas para recuperar a confiança perdida.

"Eu disse isso para ele em junho, quando esteve em Berlim, em julho e também ontem em uma ligação telefônica", disse Merkel, cujo Governo tem informações que apontam que os serviços secretos espionaram o telefone celular da chanceler.

Merkel recebeu hoje o respaldo de muitos de seus colegas do Conselho Europeu, que no entanto advogaram por esperar que seja revelada toda a verdade para estudar possíveis medidas contra Washington.

"Não podemos tolerar a dúvida", disse o primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, para quem é necessário que o Conselho Europeu aborde a questão da proteção de dados, pois não pode parecer um assunto "secundário".

Letta disse que a Europa deve fazer "todas as verificações" e obter "toda a verdade sobre este tema".

"Não é concebível e nem aceitável que haja uma espionagem deste tipo, portanto, a verificação da atenção e da proteção de dados tem que ser feita ao máximo nível", disse o dirigente italiano em declarações aos jornalistas.

Enquanto isso, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, considerou que se for confirmada a espionagem à Merkel, se trataria de "algo inaceitável" e que suporia "sérios problemas".

"Devemos esperar os resultados da investigação da UE e tomar medidas mais para frente", disse.


Seu colega belga, Elio di Rupo, assegurou que os líderes da UE têm que tratar o assunto hoje e considerou necessário tomar "medidas europeias".

"Não podemos aceitar esta espionagem sistemática e será necessário tomar medidas", assinalou De Rupo, que disse que "será preciso canalizar um mecanismo para tomar medidas e depois encontrar uma colaboração entre um certo número de países para combater o terrorismo e os atos de violência".

O primeiro-ministro disse, além disso, que a Bélgica continua com as investigações sobre a espionagem sofrida pela Belgacom, sua principal companhia de telecomunicações.

Também o vice-chanceler austríaco, Michael Spindelegger, disse que a relação de confiança entre Estados Unidos e a UE ficou abalada e ao mesmo tempo considerou "imperativo" abrir uma investigação sobre o ocorrido.

Outros dirigentes se mostraram mais prudentes, caso do finlandês Jyrki Katainen, que ressaltou a necessidade de conhecer "a verdade" sobre as últimas informações, mas duvidou que possa ser feito algo em escala europeia.

Seu colega sueco, Fredrik Reinfeldt, considerou necessário "ser muito prudente especular o que realmente aconteceu" e assegurou que a UE conta com a legislação e as medidas de acompanhamento necessárias para garantir que se respeite a integridade pessoal dos cidadãos.

O escândalo da espionagem explodiu em pleno processo de negociação de um acordo comercial sem precedentes entre a UE e EUA, que poderia sofrer as consequências.

Reinfeldt, nesse sentido, insistiu na necessidade de ser prudente, porque a UE está negociando um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos que é "muito importante" para ambas as partes.

"Espero que agora, com a resolução sobre orçamento dos Estados Unidos, possamos reabrir estas negociações, e não acho que haja que vincular ambas coisas", ressaltou.

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