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UE e Mercosul voltam a negociar acordo de associação

O acordo inclui o livre comércio, mas sem a perspectiva de iniciar por enquanto a troca de ofertas para o acesso de seus produtos aos respectivos mercados

Mercosul: um dos principais obstáculos são as preocupações dos produtores europeus sobre o possível impacto negativo do tratado para a agricultura do bloco
 (Marlos Bakker/Viagem e Turismo)

Mercosul: um dos principais obstáculos são as preocupações dos produtores europeus sobre o possível impacto negativo do tratado para a agricultura do bloco (Marlos Bakker/Viagem e Turismo)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2011 às 19h45.

Bruxelas - Os países da União Europeia (UE) e do Mercosul voltarão à mesa de negociações na semana que vem com o objetivo de conseguir um acordo de associação que inclua o livre-comércio, mas sem a perspectiva de iniciar por enquanto a troca de ofertas para o acesso de seus produtos aos respectivos mercados.

De segunda a sexta-feira, negociadores e técnicos dos dois blocos se reunirão em Bruxelas sem que se tenha avançado ainda nos principais pontos para liberalizar a troca de bens e serviços.

A parte europeia tem confiança de que continuará a negociação dos aspectos normativos do acordo, relativos às normas e não relacionados diretamente com as ofertas de acesso a mercados, disseram à Agência Efe fontes comunitárias.

No que se refere à troca de ofertas comerciais, as fontes assinalaram que cada parte "continua trabalhando de maneira interna" em sua preparação e que ainda não foi determinada uma data para colocá-las sobre a mesa.

Segundo as fontes europeias, o objetivo é garantir que as ofertas que proponham sejam "de boa qualidade", sem deixar que a pressão do calendário prevaleça sobre sua "substância".

Asseguraram que, quando ambas as partes estiverem preparadas para isso, decidirão de maneira conjunta uma data para iniciar uma troca simultânea de ofertas.

Um dos principais obstáculos para que a UE e o Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) comecem a propor ofertas para a entrada de seus produtos nos mercados são as preocupações dos produtores europeus sobre o possível impacto negativo do tratado para a agricultura do bloco.

Países como França e Irlanda manifestaram suas objeções, principalmente no setor da carne bovina, que poderia sofrer grandes perdas ao concorrer com as importações dos países do Mercosul - grupo onde há líderes mundiais na produção de carne -, no marco de um tratado de livre-comércio.

Nesse contexto, o comissário de Comércio europeu, Karel De Gucht, se reuniu na sexta-feira com o ministro da Agricultura do Uruguai, Tabaré Aguerre - cujo país preside atualmente o Mercosul.

Com o objetivo de tranquilizar os produtores agrícolas, a Comissão Europeia (órgão executivo da UE) ultima estudos econômicos sobre o impacto que esse acordo poderia ter na indústria agropecuária europeia.

Essas avaliações de impacto serão concluídas em breve e enviadas para sua análise aos Estados-membros e ao Parlamento Europeu, instituição que não pode modificar os detalhes da negociação do texto, mas sim respaldá-lo ou repeli-lo uma vez que esteja fechado.

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