Mundo

UE e Londres cometem erros catastróficos na crise ucraniana

Comissão parlamentar britânica considera que a "UE e portanto o Reino Unido entraram nesta crise como sonâmbulos"

 O premier britânico, David Cameron (e), e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, participam de uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (François Lenoir/AFP)

O premier britânico, David Cameron (e), e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, participam de uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (François Lenoir/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 08h51.

Londres - A União Europeia (UE) e a Grã-Bretanha cometeram "erros catastróficos" na gestão da crise ucraniana, na qual entraram como "sonâmbulos", afirma um relatório devastador de uma comissão parlamentar britânica divulgado nesta sexta-feira

As críticas da Comissão de Assuntos Europeus da Câmara dos Londres coincide com um cessar-fogo, repetidamente violado, entre as forças de Kiev e os insurgentes pró-Rússia.

Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes e enviar soldados para a Ucrânia, o que é desmentido por Moscou.

A comissão parlamentar considera que a "UE e portanto o Reino Unido entraram nesta crise como sonâmbulos", declarou Christopher Tugendhat, presidente da comissão.

"A ausência de uma capacidade analítica robusta, no Reino Unido e no conjunto da UE, conduziu a um erro de interpretação catastrófico da atmosfera no período anterior à crise", disse.

De acordo com o relatório, a relação entre a UE e Moscou foi baseada durante muito tempo em um "postulado otimista" segundo o qual a Rússia seguia um caminho condizente a mais democracia.

Segundo a comissão, o declínio da avaliação das questões relativas à Rússia no Foreign Office (ministério britânico das Relações Exteriores) e em seus correspondentes europeus obstruiu a formulação de uma resposta com autoridade.

O relatório é a crítica mais recente ao governo do primeiro-ministro David Cameron a respeito desta questão, depois que sua política externa foi considerada "não pertinente" por um ex-comandante britânico da Otan, o general Richard Shirreff.

Mas o Foreign Office rebateu as críticas.

"O Reino Unido tem um papel primordial nos esforços para apoiar o direito da Ucrânia de decidir o próprio futuro, fazendo com que a UE adotasse severas sanções contra a Rússia, que busca impor suas decisões", afirmou um porta-voz da diplomacia.

"O ministério consolidou sua avaliação sobre a Rússia e a região e continuará trabalhando para assegurar uma resposta forte e unida à agressão russa", completou a fonte.

Cameron advertiu esta semana que as sanções contra a Rússia podem durar muitos anos, caso Moscou não mude sua atitude.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaPaíses ricosReino UnidoRússiaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado