Agência de Notícias
Publicado em 11 de julho de 2025 às 14h41.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 15h03.
Representantes do governo brasileiro, que exerce a presidência temporária do Mercosul, e da União Europeia (UE) descartaram nesta sexta-feira, 11, a possibilidade de reabrir as negociações em torno do acordo comercial entre os dois blocos, apesar das pressões da França.
O chefe adjunto da delegação da UE no Brasil, Jean-Pierre Bou, declarou durante uma coletiva de imprensa virtual com correspondentes estrangeiros que o acordo foi negociado durante "um período muito longo" e deu por encerrada essa fase.
"Segundo minhas informações, não há intenção de reabrir as negociações", afirmou, depois de ser questionado sobre a exigência do presidente francês, Emmanuel Macron, de adicionar um "protocolo" ao acordo com "cláusulas espelho" em assuntos como os produtos químicos agrícolas.
Bou defendeu que se trata de um dos acordos "mais modernos" que existem em matéria ambiental e garantiu que as diferenças que subsistem no seio da UE podem ser "superadas".
Quanto ao calendário, o diplomata explicou que a revisão jurídica e as traduções do tratado estão sendo finalizadas, e que espera que seja assinado antes do final do ano, para depois iniciar o processo de ratificação por parte dos países integrantes de ambos os blocos.
Nessa linha, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, confirmou a "expectativa" do Brasil de assiná-lo em dezembro, antes que termine a presidência brasileira do Mercosul, bloco do qual também fazem parte Argentina, Paraguai, Uruguai e futuramente Bolívia, que está em processo de adesão.
Além disso, Rua assegurou que as garantias ambientais presentes no acordo "são suficientes" e recordou que o Brasil exporta para a UE há décadas e que já cumpre com as normas sanitárias do bloco.
"O Brasil tem trabalhado cada vez mais na linha da sustentabilidade", salientou, antes de citar a queda no desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos.