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UE dá à Rússia uma semana antes de aplicar novas sanções

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que 28 líderes concordaram em "tomar medidas mais amplas" se Moscou não reverter a situação

O presidente russo, Vladimir Putin, é visto em 29 de agosto de 2014, em Seliger, norte da Rússia (Mikhail Klimentyev/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin, é visto em 29 de agosto de 2014, em Seliger, norte da Rússia (Mikhail Klimentyev/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2014 às 22h25.

Dirigentes da União Europeia (UE) deram, na noite deste sábado, uma semana à Rússia para que reverta a situação na Ucrânia, sob pena de novas sanções, enquanto Kiev advertiu que o leste ucraniano está no limite de "uma guerra em larga escala" com Moscou.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, indicou, após uma reunião extraordinária, que os 28 líderes concordaram em "tomar medidas mais amplas" se Moscou não reverter a situação.

Para isso, pediram à Comissão Europeia, braço executivo do bloco, que prepare novas sanções para setores já castigados pela UE, "que estarão prontas em uma semana".

"Todos estão conscientes de que se deve agir rapidamente, devido à evolução no terreno e à trágica perda de vidas nos últimos dias", disse Van Rompuy em entrevista coletiva.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, participou hoje de parte da reunião dos dirigentes europeus, a quem apresentou a situação no leste da Ucrânia.

"Estamos muito perto de um beco sem saída, que é uma guerra em larga escala, que já está acontecendo nos territórios controlados pelos separatistas", disse, em entrevista coletiva.

"Hoje, estamos falando do destino da Ucrânia. Amanhã, poderá ser o da Europa", advertiu.

Ao chegar a Bruxelas, Dalia Grybauskaite, presidente da Lituânia, um dos países bálticos que defendem uma posição de firmeza frente a Moscou, afirmou que a Rússia "está, praticamente, em guerra com a Europa".

Os dirigentes da UE também decidiram hoje nomear o primeiro-ministro polonês, o conservador Donald Tusk, um crítico do Kremlin, para presidir o Conselho Europeu, um cargo estratégico entre as instituições europeias, que elabora a agenda e coordena o trabalho dos Estados-membros no bloco.

A UE também prepara a ampliação da lista de dirigentes políticos russos e ucranianos ligados à desestabilização da Ucrânia. Todas estas medidas se somam àquelas adotadas paralelamente pelos Estados Unidos.

Moscou negou a presença de tropas russas na Ucrânia, apesar da captura de militares russos pelas forças ucranianas e de informações de funerais militares realizados secretamente na Rússia.

A Ucrânia pediu abertamente à UE ajuda militar, e Kiev anunciou ontem que pediria a incorporação à Otan. Esta semana, Poroshenko participará da reunião de cúpula da aliança, em que espera obter ajuda dos aliados da organização.

No terreno, os separatistas se preparavam para lançar uma nova operação militar. O líder Alexei Mozgovoi afirmou hoje que os rebeldes controlavam cerca de 50% do território nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Os rebeldes pró-Rússia afirmaram que estão a ponto de lançar uma nova grande ofensiva contra as forças do governo no leste da Ucrânia.

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