É recomendável que a população não cultive brotos para consumo próprio, nem que coma brotos ou sementes germinadas a menos que sejam cozidos (Johannes Eisele/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2011 às 09h30.
Bruxelas - A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) confirmou nesta terça-feira que um dos lotes de sementes de feno-grego importados do Egito por vários países europeus é o "vínculo comum mais provável" entre os focos da bactéria E. coli Ou104 da Alemanha e França.
No entanto, a agência destaca que "não se pode descartar que outros lotes de feno-grego importados do Egito durante o período 2009-2011 possam ter sido afetados".
A EFSA publica essa conclusão nesta terça-feira em um relatório, elaborado pelo grupo de trabalho especial estabelecido pela agência para detectar a origem dos focos infecciosos.
Levando em conta estas descobertas, a EFSA recomenda à Comissão Europeia que realize todos os esforços necessários para evitar que os cidadãos se exponham ao consumo de sementes suspeitas, e que seja feito um acompanhamento em todos os Estados-membros que possam ter recebido algum destes lotes.
Além disso, fez um apelo para que a população não cultive brotos para consumo próprio, nem que coma brotos ou sementes germinadas a menos que tenham sido cozinhados previamente.
Os focos desta linhagem de E. coli se iniciaram em maio na Alemanha e em junho na França.
A agência lembrou que, por enquanto, foram registradas 48 mortes na Alemanha e uma na Suécia por conta desta bactéria, que provoca diarréias sanguinolentas e a Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH).
No total, foram contabilizados 4.178 casos em países da União Europeia (UE), Noruega e Suíça.
Após analisar os dados coletados na Alemanha e França, os especialistas da EFSA chegaram à conclusão que um lote de sementes de feno-grego ("Trigonella foenum-graecum"), importado do Egito por uma empresa alemã para produzir brotos, é a origem mais provável da bactéria.
O relatório divulgado nesta terça-feira indica ainda que os resultados negativos dos testes realizados nas sementes não devem ser interpretados como uma prova de que um lote não está contaminado.
O sistema de alerta rápido de alimentos e rações (Rasff, na sigla em inglês) da UE já havia advertido aos Estados-membros em 30 de junho que a origem dos focos de E. coli podia estar em sementes importadas do Egito.
As autoridades europeias indicaram então que as sementes teriam entrado ao mercado do bloco europeu através da Itália, de onde teriam sido distribuídas à Espanha, Alemanha, França, Reino Unido, Holanda e Áustria.
Por sua vez, o Ministério da Agricultura egípcio negou na última sexta-feira que sementes de feno-grego exportadas à Europa fossem o foco da infecção, e asseguraram que a presença dessa bactéria no Egito "não foi provada em absoluto", já que não se registrou nenhum caso de E. coli no país.