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UE aprova socorro de 85 bilhões de euros para a Irlanda

A UE também esboçou um sistema permanente para resolver o problema da crise da dívida do continente

Jean-Claude Juncker, presidente do conselho dos ministros da zona do euro (Patrik Stollarz/Getty Images)

Jean-Claude Juncker, presidente do conselho dos ministros da zona do euro (Patrik Stollarz/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 06h08.

Bruxelas - A UE aprovou um socorro financeiro de 85 bilhões de euros (115 bilhões de dólares) para a Irlanda no último domingo e esboçou um sistema permanente para resolver o problema da crise da dívida da Europa, no qual os investidores poderão dividir o custo de futuros problemas.

Os ministros das Finanças dos 16 países da zona do euro, ansiosos para evitar que o mercado se contagie e acabe atingindo Portugal e Espanha, foram unânimes em apoiar um pacote de emergência para ajudar Dublin a cobrir suas dívidas bancárias podres e superar um enorme déficit orçamentário.

"Os ministros concordam com a Comissão Européia e com o Banco Central Europeu que oferecer um empréstimo para a Irlanda é a garantia da salvaguarda da estabilidade financeira na zona euro e da UE como um todo", anunciou Jean-Claude Juncker, presidente do conselho dos ministros da zona do euro, numa entrevista coletiva.

O governo irlandês disse que 35 bilhões de euros seriam destinados a ajudar a reestruturar seus bancos quebrados. Desse total, 10 bilhões seriam usados para uma injeção de capital imediato e o resto será um fundo de contingência. A Irlanda vai contribuir com 17,5 bilhões de euros do seu próprio dinheiro e fundos de reserva para salvar os bancos.

O resto do pacote de emergência, que Dublin disse que foram concedidos à uma taxa de juros média de 5,8 por cento, vai ajudar a cobrir o enorme rombo que os bancos fizeram nas finanças públicas.

O FMI vai contribuir com 22,5 bilhões de euros.

Em uma concessão especial, a Irlanda terá um ano a mais, até 2015, para reduzir o seu déficit orçamentário até o limite da UE de 3 por cento do seu produto interno bruto, com base em uma previsão mais cautelosa do que os 2,75 por cento do crescimento anual do seu PIB, estimados pelo governo.

O primeiro-ministro Brian Cowen, cujo governo impopular está à beira do colapso devido ao socorro da UE/FMI, disse que o acordo foi "o melhor possível" para a Irlanda. E que não implica em qualquer mudança na sua baixa taxa de 12,5 por cento nos impostos corporativos.

Os recursos permitirão que a Irlanda faça empréstimos com taxas mais baixas do que obteria nos mercados de capitais, onde os custos de financiamentos subiram para cerca de nove por cento, disse Cowen.

Pressionado para tomar medidas drásticas para parar uma ameaça sistêmica ao euro antes que os mercados da Ásia abram nessa segunda-feira, os 27 ministros das finanças da UE aprovaram as linhas gerais de uma resolução permanente de um mecanismo de crise, baseado em uma proposta conjunta da Alemanha e França.

Fundamentalmente, os portadores de títulos do governo poderão ter que compartilhar os encargos de qualquer reestruturação futura da dívida soberana da zona do euro, sujeita a uma avaliação caso a caso, sem qualquer automaticidade, disse Rehn.

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