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UE apresenta novo pacote de sanções contra Moscou e quer acelerar fim das importações de gás russo

Bruxelas quer parar de comprar gás russo a partir de 2027, um ano antes do previsto; medidas anunciadas nesta sexta-feira atingem navios da chamada 'frota fantasma'

Agência o Globo
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Publicado em 19 de setembro de 2025 às 13h38.

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A União Europeia (UE) propôs nesta sexta-feira um novo pacote de sanções — o 19º — contra a Rússia, que inclui novas ações contra a chamada “frota fantasma” de navios destinada a evitar as restrições sobre a exportação de petróleo russo, como parte de um esforço para que Moscou a interrompa a guerra na Ucrânia. Além disso, Bruxelas quer adiantar, em um ano, o fim das compras de gás russo.

“A Rússia está demonstrando todo o seu desprezo pela diplomacia e pelo direito internacional.Por isso, estamos aumentando a pressão”, escreveu, na rede social X, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Queremos proibir a importação de GNL (Gás Natural Liquefeito) russo para os mercados europeus. É hora de fechar a torneira.”

A decisão, caso aprovada pelos demais 27 países da UE, adiantaria para janeiro de 2027 o veto completo às compras de GNL russo, inicialmente previsto para janeiro de 2028. Apesar de ter reduzido drasticamente sua dependência energética da Rússia, 19% de todo o gás consumido pelo bloco vem dos campos russos, especialmente para Hungria e Eslováquia. Em sua publicação no X, Von der Leyen garantiu que “os europeus estarão seguros neste inverno”, apontando para um plano de segurança energética. Não está claro se a iniciativa inclui mais compras de GNL dos EUA, que após as sanções se tornaram o maior fornecedor do produto para os europeus.

O 19º pacote de sanções ainda apresenta um veto completo a transações com as gigantes energéticas Rosneft e Gazpromneft, além de medidas contra 118 navios da chamada “frota fantasma”, usada por Moscou para evitar as restrições impostas por países ocidentais ao comércio de petróleo, e contra negociadores e refinarias, especialmente na China.

Em 2022, ano em que a Rússia invadiu a Ucrânia, a UE proibiu as compras de petróleo russo, e adotou, em parceria com o G7, um limite ao preço do barril exportado pelo país, agora reduzido de US$ 60 para US$ 47,60. Para manter suas exportações, vitais para a economia local, Moscou criou uma frota “fantasma” de petroleiros, que não raro circulam pelo planeta sem acionar sistemas de localização ou com identificações adulteradas. De acordo com a Comissão Europeia, há 560 embarcações sob sanções do bloco.

Em uma iniciativa inédita, foram propostas restrições a plataformas de criptomoedas, além de bancos estrangeiros conectados a sistemas de pagamentos russos, acusados de servirem como alternativa para evitar as sanções financeiras. Contudo, o plano não traz mudanças no modelo de concessão de vistos a cidadãos russos. Antes do anúncio das medidas, circulou a possibilidade de que eles seriam impedidos de obter os vistos para a Zona Schengen, algo que gerou críticas até de membros da oposição no exílio.

— É claro que queremos o máximo de sanções severas possível. Mas também entendemos que algumas medidas são mais difíceis de adotar do que outras, e temos muito respeito pelos nossos parceiros pelo esforço que têm feito até agora — afirmou o comissário ucraniano para sanções, Vladislav Vlasiuk , citado pelo portal Politico Europa. — Este é apenas o começo. Veremos muito desenvolvimento na área de sanções nas próximas semanas e meses.

A União Europeia está na linha de frente da pressão econômica contra Moscou, mas reconhece que precisa de uma postura mais ativa dos EUA para que as medidas levem os russos a se sentarem à mesa para negociar um cessar-fogo. O presidente americano, Donald Trump, faz ameaças recorrentes sobre sanções mais duras contra a Rússia, e não raro expressa seu descontentamento com a falta de um acordo. Durante visita ao Reino Unido, ele voltou a defender que aliados parem de comprar petróleo russo, e afirmou que se o preço do barril cair, o presidente russo, Vladimir Putin "vai desistir” da guerra. Mas até o momento, boa parte do que a Casa Branca diz fica apenas no campo das palavras.

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